Se os Estados Unidos aplicarem uma tarifa de 30% sobre produtos importados da União Europeia (UE), isso poderá causar um impacto negativo de cerca de 0,4 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) da UE, o que pode levar a economia europeia próxima de uma recessão. Essa análise é feita por Carsten Brzeski e Inga Fechner, chefe global de macro e economista sênior do ING, respectivamente.
Em um relatório divulgado recentemente, Brzeski e Fechner dizem que não esperam esse cenário como o mais provável. Eles acreditam que EUA e UE chegarão a um acordo antes do dia 1º de agosto, quando a tarifa começaria a valer. A expectativa é que o acordo possa estabelecer uma tarifa geral de 10% para o bloco europeu, com algumas tarifas específicas entre 20% e 25%, deixando a tarifa efetiva em torno de 20%. Eles admitem, porém, que essa não é uma certeza.
O ING observa que mesmo com um possível acordo entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e a UE, isso não acabaria completamente com as disputas tarifárias. Negociações comerciais costumam ser longas e complexas, durando meses ou anos, e qualquer acordo rápido não garante que será permanente, destacam os analistas.
O cenário comercial mundial é instável e não há soluções garantidas. O futuro depende muito das decisões da administração Trump. Com o comércio global ficando mais incerto, países vão buscar novos parceiros comerciais, como a União Europeia já tem feito. Segundo os analistas, um momento decisivo está próximo, com a cobrança da tarifa de 30% sobre a UE e o México.
Em relação ao México, os economistas do ING acreditam que um acordo pode acontecer em breve. Quanto à União Europeia, que adiou sua resposta tarifária, os próximos três semanas serão muito importantes. Mesmo que um acordo seja fechado, não há garantias de que isso trará estabilidade definitiva para o comércio mundial.