Os Estados Unidos comunicaram, no domingo (2/11), o envio de auxílio humanitário para os habitantes de Cuba afetados pelo furacão Melissa. Na região do Caribe, pelo menos 60 pessoas perderam a vida devido à tempestade.
“Os EUA estão trabalhando junto com a Igreja Católica para destinar US$ 3 milhões em ajuda humanitária diretamente às comunidades do leste de Cuba mais impactadas pela destruição causada pelo furacão”, declarou o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do governo dos EUA na plataforma social X.
A tempestade chegou a Cuba na quinta-feira (30/10), depois de atingir a Jamaica como um furacão de categoria 5, com ventos que chegaram a quase 300 km/h. As províncias orientais Santiago de Cuba, Holguín e Granma foram as mais afetadas, sofrendo destruição em milhares de residências, queda da rede elétrica e bloqueios em vias de acesso.
De acordo com o governo cubano, mais de 700 mil pessoas foram evacuadas preventivamente, o que impediu fatalidades no país. Porém, os danos materiais são significativos e devem piorar a crise energética e econômica que Cuba vivencia há vários meses.
Nas outras áreas do Caribe, os EUA organizaram o envio de equipes para resgate e avaliação dos danos.
O gesto dos EUA tem um peso político importante, visto que as relações entre os dois países permanecem tensas por causa do embargo econômico e divergências diplomáticas de longa data.
Na sexta-feira (31/10), o governo americano, por meio do Departamento de Estado, já havia declarado seu apoio à população cubana. Naquela ocasião, os EUA se disseram preparados para oferecer ajuda humanitária imediata, seja diretamente ou através de parceiros locais, sem a mediação do governo cubano.
Entretanto, essa postura não foi bem recebida pelo regime cubano. Roberto Morales Ojeda, membro do politburo do Partido Comunista de Cuba, afirmou que se houvesse sinceridade no desejo de apoio, os Estados Unidos teriam suspendido o bloqueio econômico e retirado Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, algo que ele considera injustificado. Ele classificou a oferta como indignante.
Até o presente momento, Cuba não anunciou se aceitará a ajuda proposta. Os prejuízos econômicos nos países afetados ultrapassam US$ 52 bilhões.
O furacão Melissa está entre os mais intensos já registrados no Atlântico, provocando destruição e interrupção das comunicações em diversas ilhas do Caribe. Na Jamaica, o número de óbitos chegou a 28. No Haiti, pelo menos 30 pessoas morreram e 20 continuam desaparecidas.
