Um relatório divulgado pela Casa Branca nesta sexta-feira (5/12) destacou o principal direcionamento militar do governo do presidente Donald Trump. A nova política de segurança nacional passará a concentrar maior atenção na América Latina. O documento sinaliza uma retomada da Doutrina Monroe, aplicada desta vez à região latino-americana, onde Trump enfrenta tensões com a Colômbia e a Venezuela.
Segundo o relatório, os Estados Unidos planejam aplicar a Doutrina Monroe para reafirmar a supremacia americana no hemisfério ocidental e proteger seu território, além do acesso a áreas estratégicas em toda a região.
Originalmente formulada em 1823, a Doutrina Monroe foi uma diretriz externa dos EUA que visava impedir a interferência de potências europeias nos assuntos das Américas.
O documento reforça: “Impeditaremos que competidores fora da região posicionem forças ou capacidades ameaçadoras, ou possuam ativos estrategicamente valiosos no nosso hemisfério. Este ‘Corolário Trump’ à Doutrina Monroe representa uma restauração lógica e penetrante do poder e das prioridades americanas, alinhada com os interesses de segurança dos EUA.”
Importância estratégica da América Latina
Ao mencionar a América Latina, o relatório enfatiza que os EUA planejam dedicar muito mais atenção aos países latino-americanos do que no passado recente: “A América Latina é nossa área estratégica próxima e não deve estar sob influência de outras potências.”
Embora algumas influências externas sejam difíceis de eliminar, devido a alianças políticas entre governos locais e atores estrangeiros, muitos governos latino-americanos não compartilham alinhamentos ideológicos, aproximando-se dessas potências por motivos como custos reduzidos e menos obstáculos regulatórios para negócios, explica a Casa Branca.
Os EUA afirmam que conseguiram diminuir a influência estrangeira no hemisfério ocidental ao evidenciar custos ocultos em espionagem, segurança cibernética, armadilhas financeiras e outras formas de dependência embutidas na suposta “assistência de baixo custo” oferecida por esses países.
Tensão crescente na região
A decisão do governo Trump acontece em um momento de aumento das tensões com os governos da Venezuela e da Colômbia, intensificando disputas políticas e diplomáticas entre os países norte-americanos e latino-americanos.

