O Departamento de Defesa dos Estados Unidos mobilizou um número recorde de militares a bordo de navios de guerra na costa da Venezuela. A declaração foi feita na quarta-feira (20/8) pelo deputado Carlos Gimenez, membro da Comissão de Serviços Armados dos EUA, através da rede social X.
O governo de Donald Trump confirmou a ordem para a movimentação naval na região com a finalidade de conter a ameaça representada por grupos de narcotraficantes sul-americanos.
Carlos Gimenez afirmou: “Como integrante da Comissão das Forças Armadas do Congresso dos EUA, posso afirmar que destacamos um número recorde de ativos militares nas costas da Venezuela. Utilizando a mais avançada tecnologia, continuaremos ampliando nossa presença na região”.
Conforme o jornal The Wall Street Journal, o Pentágono ordenou o envio de três destroyers com mísseis guiados, autorizados a interceptar carregamentos de drogas. Os navios são: USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson.
Esta ação foi tomada após os Estados Unidos classificarem o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como chefe do cartel de drogas Los Soles, aumentando a recompensa por sua captura para 50 milhões de dólares. Além disso, Donald Trump designou as organizações de narcotráfico atuantes na região como grupos terroristas estrangeiros.
Durante coletiva, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, evitou confirmar diretamente o envio dos navios com 4 mil militares, mas indicou o interesse dos EUA em agir contra Maduro. “O presidente Trump tem sido enfático e consistente. Está preparado para usar todo o poder americano para impedir que as drogas entrem em nosso país e responsabilizar os culpados. O regime de Maduro não é um governo legítimo, mas um cartel de narcoterrorismo”, declarou.
A senadora republicana Ashley Moody comentou sobre a presença das tropas navais na Venezuela e destacou a aprovação da Lei Halt Fentani, que fortalece as medidas contra o narcotráfico. Ashley Moody afirmou: “Esta semana, Trump tomou uma medida decisiva ao enviar navios de guerra americanos próximo à Venezuela para combater o tráfico de drogas na origem. Os tempos em que os EUA fechavam os olhos para o tráfico acabaram. Esta legislação garante que agentes e promotores federais tenham as ferramentas necessárias para responsabilizar os traficantes, como feito na Flórida.” Ela acrescentou que a medida está salvando vidas, desmantelando cartéis e tornando as comunidades mais seguras.
Em resposta, em meio a rumores sobre o envio dos navios, Maduro anunciou a mobilização de mais de 4,5 milhões de milicianos para proteger o território, soberania e a paz da Venezuela. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, respondeu: “As acusações de Washington de envolvimento da Venezuela com narcotráfico demonstram sua falta de credibilidade e fracasso em suas políticas regionais. Enquanto Washington ameaça, a Venezuela avança firmemente em paz e soberania, provando que o real combate ao crime acontece respeitando a independência dos povos”.
Maduro frequentemente acusa os EUA de ambições imperialistas e rejeita suas ações contra os cartéis latino-americanos, classificando as medidas americanas como “ameaças absurdas vindas de um imperialismo dominante”.