As equipes dos Estados Unidos e da Ucrânia devem reiniciar hoje (5/12) as negociações em Miami para tentar avançar no processo de paz visando o término do conflito iniciado pela Rússia. Autoridades ucranianas consideram o encontro uma continuação das discussões produtivas mantidas com representantes americanos.
Oleksandr Bevz, assessor do gabinete da presidência ucraniana, destacou que as conversas focam pontos cruciais para o acordo de paz, com os resultados sendo apresentados ainda hoje ao presidente Volodymyr Zelensky. Com essas informações, espera-se que o líder ucraniano determine os próximos passos das negociações.
Essas reuniões acontecem após quase cinco horas de diálogo entre Vladimir Putin e os representantes americanos Steve Witkoff e Jared Kushner em Moscou. Apesar de descrito como construtivo pelo Kremlin, o encontro não trouxe avanços concretos, sendo uma das principais demandas russas a entrega completa da região de Donbas.
Novas ameaças de Putin
Recentemente, Putin declarou que a Rússia reivindicará Donbas “por meios militares ou outros” se a Ucrânia não retirar suas tropas da região. Moscou atualmente controla cerca de 19,2% do território ucraniano, incluindo toda Luhansk, mais de 80% de Donetsk e outras áreas importantes.
Zelensky destacou a prontidão da Ucrânia para qualquer situação, mas deixou claro que a paz não deve incluir perda de território. Ele reforçou a necessidade de entender em detalhes o que foi discutido durante a reunião em Moscou, buscando informações completas sobre possíveis novas exigências de Putin.
Os diálogos continuam sob forte influência dos Estados Unidos. O Kremlin confirmou que as negociações ocorrem apenas entre Washington e Moscou, com a Europa excluída. Para a Ucrânia, isso exige maior transparência. Zelensky afirma que somente aceitará um acordo que garanta uma paz justa, incluindo garantias de segurança e o progresso na adesão à União Europeia.

