Os governos dos Estados Unidos e do Paraguai celebraram, nesta segunda-feira (15/12), um acordo que estabelece uma base jurídica para a presença de militares norte-americanos no Paraguai. Esse acordo é voltado para ações de segurança, treinamentos conjuntos e apoio humanitário. A assinatura aconteceu durante encontro entre o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano.
“Ao analisarmos o desafio principal, a maior preocupação em nosso hemisfério são as organizações terroristas transnacionais. Em muitos casos, essas organizações não agem por motivações ideológicas, mas sim por interesses financeiros e econômicos. Ainda assim, são classificadas como terroristas e ameaçam a estabilidade e segurança regional. É um problema presente em diversas áreas, e para enfrentá-lo, precisamos de aliados fortes na região”, afirmou Rubio.
O secretário destacou que a parceria com o Paraguai não está restrita à defesa. “Esta cooperação ultrapassa o âmbito segurança. Embora o acordo seja centrado na defesa, desejamos também expandir e aprofundar a colaboração econômica, valorizando o potencial de desenvolvimento do Paraguai e o interesse dos Estados Unidos em estreitar os laços bilaterais”, completou.
O documento firmado é um Acordo de Estatuto de Forças, que define os direitos, deveres e o status legal dos militares e civis de Defesa atuando em território estrangeiro. Este tipo de acordo não implica necessariamente instalação de bases permanentes ou presença contínua de tropas, mas fixa normas para operações temporárias e cooperação bilateral.
“Ambos os lados demonstraram confiança de que este acordo vai reforçar a soberania dos dois países e aprimorar a colaboração para maior estabilidade e prosperidade na região”, declarou o governo norte-americano.
Nova Estratégia de Segurança dos EUA
A assinatura coincide com a divulgação da nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, anunciada no início do mês pelo governo do presidente Donald Trump. O documento propõe uma reorientação da presença militar global, com ênfase maior na América Latina para lidar com ameaças prioritárias na região.
Essa estratégia resgata conceitos da Doutrina Monroe, que historicamente considera a América Latina como área estratégica para os Estados Unidos, e estabelece diretrizes para aumentar a atuação da Guarda Costeira e da Marinha no controle de rotas marítimas, combate ao tráfico de drogas e pessoas, e contenção da migração irregular.
Além disso, prevê medidas direcionadas contra cartéis, incluindo o uso de força letal quando necessário, e maior acesso a áreas estratégicas.
De acordo com o documento, essa nova orientação tem como objetivo corrigir políticas passadas que, segundo o governo Trump, sobrecarregaram os Estados Unidos e permitiram que aliados transferissem para Washington os custos de sua própria defesa.
