CRISTINA CAMARGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Os Estados Unidos iniciaram uma investigação comercial contra o Brasil, onde incluíram o Pix como uma possível prática injusta em relação a serviços de pagamento eletrônico.
Segundo o relatório, o Brasil aparenta praticar atitudes desleais ao promover seus próprios serviços de pagamento eletrônico governamentais.
A investigação, conduzida pelo Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR), analisará práticas brasileiras em comércio eletrônico, tecnologia, tarifas de importação e desmatamento, conforme comunicado divulgado em 15 de janeiro.
Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, afirmou que a investigação começou durante o governo do ex-presidente Donald Trump, focando em práticas comerciais injustas e ataques do Brasil contra empresas americanas de redes sociais.
O documento cita a rua 25 de Março, em São Paulo, como um ponto tradicional de comércio popular, criticando a falta de proteção eficaz aos direitos de propriedade intelectual.
O USTR destaca que a 25 de Março é um dos maiores mercados de produtos falsificados há décadas, apesar das operações policiais.
O relatório aponta que o Brasil falha em controlar a importação, distribuição e venda de produtos piratas, como consoles de jogos modificados e dispositivos ilegais de streaming. Isso ocorre porque as fiscalizações não são seguidas por punições severas e ações que impeçam essas práticas a longo prazo.
Estas falhas dificultam o uso de canais legais para distribuição de conteúdo, prejudicando trabalhadores americanos do setor de inovação e criatividade, conforme o relatório.
Além disso, a investigação também criticou tarifas injustas, falta de combate à corrupção, dificuldades no mercado de etanol, desmatamento ilegal e discriminação comercial contra americanos.
Esta investigação pode causar prejuízos à economia brasileira, aumentando o risco de sanções difíceis de serem revertidas.