O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou na terça-feira (12/11) que a Hungria recebeu uma isenção válida por um ano das sanções aplicadas ao petróleo e gás russos. Essa medida tem como objetivo evitar a instabilidade econômica na Hungria, país que depende significativamente da energia vinda de Moscou.
“Embora esta parcela seja pequena dentro do que a Rússia comercializa, representa praticamente toda a compra da Hungria, e perder esse acesso provocaria uma grave instabilidade no país”, afirmou Rubio.
Essa posição diverge da apresentada pelo governo de Viktor Orbán, que informou ter conseguido uma isenção sem prazo determinado após encontro com o presidente Donald Trump na semana anterior em Washington. A discordância persiste, visto que a duração da exceção permanece indefinida.
Orbán, que mantém relações próximas tanto com o Kremlin quanto com Trump, argumenta que o petróleo e gás russos transportados via oleoduto são cruciais para manter os preços acessíveis e assegurar um fornecimento energético estável na Hungria.
Desde o início do conflito na Ucrânia, o primeiro-ministro tem resistido a sanções mais severas contra Moscou e bloqueado várias propostas de ajuda financeira a Kiev.
A decisão dos EUA vem logo após o governo Trump ter imposto novas sanções às empresas russas Rosneft e Lukoil, buscando pressionar Moscou por um cessar-fogo na Ucrânia.
Rubio também confirmou que os Estados Unidos não irão interferir na ampliação da usina nuclear de Paks, na Hungria, conduzida pela empresa estatal russa Rosatom. “Apoiamos a conclusão desse projeto para que a Hungria alcance a autonomia energética”, disse o secretário.
A Rosatom está desenvolvendo dois reatores adicionais na central nuclear de Paks, no projeto denominado “Paks II”. Em junho, o ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, havia informado que os Estados Unidos suspenderam sanções anteriores relacionadas à expansão dessa usina, que foram implementadas durante a gestão Biden.
Após o encontro entre Orbán e Trump, foi anunciado também que a Hungria começará a adquirir combustível nuclear dos EUA para abastecer a central, marcando uma nova fase na cooperação energética bilateral.