Documentos divulgados na última sexta-feira (19/12) mencionam um “grande grupo brasileiro” entre os arquivos ligados ao caso do bilionário Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais nos Estados Unidos e falecido em 2019.
A citação está presente em anotações manuscritas de uma entrevista realizada pelo FBI, a polícia federal dos EUA, em 2 de maio de 2019. Parte do conteúdo foi censurada e a identidade do entrevistado não foi revelada.
Segundo o jornal britânico The Guardian, os documentos divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos contêm referências ao aliciamento de meninas e às preferências peculiares do bilionário.
“Amigos de amigos [informação omitida]. Grande grupo brasileiro”, indica um dos trechos.
Em diversas passagens, há menções a uma pessoa identificada pelas iniciais “JE” — referindo-se a Jeffrey Epstein. As anotações mostram detalhes sobre as preferências do empresário em relação às mulheres recrutadas.
“JE não queria uma espanhola ou uma morena”, declaram os manuscritos. Outro trecho fala sobre uma “modelo” que “teria acabado de chegar do Brasil”.
Mais de 300 mil páginas foram abertas ao público. Jeffrey Epstein, que mantinha forte ligação com políticos, empresários e celebridades, foi condenado por crimes sexuais e acusado de gerenciar uma rede de exploração de menores.
Em um dos documentos consta uma mensagem de janeiro de 2005, solicitando que Epstein entrasse em contato com o telefone novo de uma mulher; o assunto da nota é “Brasil”, mas a autoria foi censurada. Outro registro manuscrito indica que uma mulher foi fotografada sem seu conhecimento, tendo essa pessoa viajado ao Brasil aos 18 anos e retornado aos Estados Unidos dois anos depois.

