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sexta-feira, 12/09/2025

EUA aumentam tarifas e PIB do Brasil pode cair 0,2%

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Em Brasília

FELIPE GUTIERREZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
– A decisão dos Estados Unidos de aumentar as taxas de importação de produtos brasileiros para 50% deve diminuir o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 0,2 ponto percentual entre agosto de 2025 e dezembro de 2026, segundo a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.

O governo brasileiro está planejando medidas para diminuir esse impacto. Com esse plano, a queda no PIB pode ser reduzida para 0,1 ponto percentual no mesmo período, de acordo com a SPE. Não foram divulgados números anuais.

De acordo com o Boletim Macrofiscal da SPE, o aumento das tarifas pode elevar o desemprego em 0,1% e diminuir a inflação em 0,1% entre agosto e dezembro.

Rafael de Azevedo Ramires, um dos coordenadores do boletim, explicou que foi utilizado um modelo em parceria com uma agência francesa para calcular esses efeitos. Este modelo estima as mudanças na demanda por bens e serviços brasileiros e, a partir disso, as variações macroeconômicas como produto, emprego e inflação.

Segundo ele, o desemprego aumentará 0,1%, o que equivale à perda de 138 mil empregos, principalmente na indústria.

A SPE aponta que as tarifas influenciam a inflação de duas formas: a desvalorização do real pressiona os preços internos para cima, enquanto a maior oferta de produtos no mercado interno, devido à redução das exportações, tende a abaixar os preços.

Com o programa “Brasil Soberano”, que visa minimizar os impactos das tarifas, a perda de empregos pode ser reduzida de 138 mil para 65 mil.

Ramires destacou a importância das políticas para diversificar mercados e apoiar a indústria como forma de proteger a economia brasileira contra choques externos.

Guilherme Mello, secretário de Política Econômica, afirmou que o aumento das tarifas elevou muito o índice de incertezas, comparando a situação ao final dos anos 1920, na crise do padrão ouro.

Ele também esperava que o Federal Reserve, banco central dos EUA, reduza as taxas de juros, o que poderia enfraquecer o dólar e valorizar o real.

Ele resumiu a expectativa: “Dólar mais fraco, outras moedas mais fortes e expectativa de queda nas taxas de juros, impactando decisões de juros em outros países, especialmente na América Latina”.

REVISÕES PARA BAIXO

A SPE sinalizou que a economia está desacelerando e, por isso, revisou para baixo várias projeções.

Por exemplo, a previsão de crescimento para 2025 caiu de 2,5% para 2,3%.

A inflação medida pelo IPCA deve ser de 4,8% neste ano, contra 4,9% previsto anteriormente.

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