Os Estados Unidos realizaram, nesta terça-feira (4/11), um ataque contra um barco no Oceano Pacífico. Conforme informou o secretário de Defesa, Pete Hegseth, a ação foi autorizada pelo presidente Donald Trump com o intuito de atingir uma embarcação suspeita de transportar drogas e ligada a uma “organização terrorista designada”.
O ataque resultou na morte de dois homens descritos como “narcoterroristas”. Segundo Hegseth, as operações americanas buscam impedir o tráfico de entorpecentes destinado aos Estados Unidos.
“Vamos localizar e neutralizar quaisquer embarcações envolvidas com o tráfico de drogas para os EUA. Garantir a segurança da pátria é nossa prioridade máxima”, declarou o secretário de Defesa.
Desde setembro, os Estados Unidos têm intensificado ações desse tipo, tendo atacado pelo menos 17 embarcações suspeitas, distribuídas entre o Caribe e o Pacífico. Essas operações já deixaram mais de 60 mortos. Até agora, nunca foram apresentadas evidências concretas que comprovem o envolvimento das embarcações com o tráfico de drogas.
O governo dos EUA afirma que a ofensiva é destinada a enfraquecer grupos criminosos supostamente ligados ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusado por Washington de liderar um cartel internacional de drogas. Maduro nega as acusações e classifica as ações americanas como uma “guerra multifacetada” contra seu país.
Em recente evento em Caracas, durante o Encontro Parlamentar do Grande Caribe em Defesa da Paz, Maduro afirmou que os Estados Unidos tentam controlar as reservas de petróleo e gás da Venezuela. “Se não tivéssemos as maiores reservas de petróleo do mundo, talvez nem fôssemos mencionados”, declarou.
Embora tenha aumentado a frequência das operações, Trump negou planos de atacar diretamente a Venezuela, afirmando que ainda não tomou decisões sobre possíveis alvos militares no país.
O Pentágono mantém sigilo sobre os detalhes das missões, não divulgando informações sobre as vítimas ou a quantidade de drogas apreendidas.
Condenação internacional
As operações foram alvo de críticas pela Organização das Nações Unidas (ONU). O alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, classificou os ataques como execuções extrajudiciais e solicitou que os Estados Unidos suspendam imediatamente os bombardeios.
“Os Estados Unidos devem cessar tais ações e tomar todas as medidas necessárias para evitar execuções extrajudiciais dentro dessas embarcações, independentemente de qualquer alegada atividade criminosa”, ressaltou Türk.
Apesar da pressão internacional, o governo norte-americano mantém a defesa das operações, considerando-as uma parte essencial da estratégia para garantir a segurança nacional e combater o tráfico internacional de drogas.
