Pete Hegseth, secretário de Defesa dos Estados Unidos, fez novas acusações e ameaças ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, associando-o novamente ao tráfico de drogas e chamando-o de “chefe de um narcoestado”. A declaração aconteceu nesta quarta-feira (3/9), durante entrevista ao canal Fox News, após uma operação militar norte-americana atingir um barco supostamente transportando drogas.
Navios de guerra dos EUA foram enviados para as proximidades da costa venezuelana depois que o governo americano rotulou Maduro como líder do cartel de drogas Los Soles, aumentando em 50 milhões de dólares a recompensa por sua captura. Hegseth comentou que Maduro buscou apoio da China diante das ameaças e foi questionado sobre a influência chinesa na Venezuela e o impacto disso para os EUA.
“A única pessoa que deveria estar preocupada é Nicolás Maduro, que age como chefe de um narcoestado, não eleito e com recompensa de 50 milhões de dólares pelos Estados Unidos. Sabemos que ele está envolvido em operações de tráfico de drogas que prejudicam diretamente o povo americano, então a China e outros países podem dizer o que quiserem, isso é uma decisão deles”, declarou.
A ação com mísseis guiados ocorreu na costa sul do Caribe e resultou na morte de 11 pessoas que, segundo o governo dos EUA sob a administração Trump, eram membros do grupo narcotraficante Tren Aragua. Nos últimos tempos, a hostilidade entre EUA e Venezuela aumentou após o envio de mais de 4.500 militares americanos em transportes navais para a costa venezuelana com o objetivo de combater cartéis de drogas.
Hegseth afirmou: “Esses 11 traficantes não estão mais entre nós. Se quiserem tentar traficar drogas, este é um novo tempo. O presidente enviou uma mensagem clara aos cartéis. Sabíamos quem estava naquele barco, o que estavam fazendo e a quem representavam, o grupo Tren de Aragua.”
Esta intervenção americana faz parte de uma estratégia mais rigorosa contra o regime de Maduro. Washington acusa o presidente venezuelano de comandar o cartel Los Soles, identificado por investigações nos EUA como uma peça-chave do narcotráfico regional.
Sobre o navio atacado, onde foram mortos os supostos traficantes, o Secretário de Estado, Marco Rubio, declarou que a embarcação estava carregada de entorpecentes e tinha como destino os Estados Unidos.
“Essas drogas provavelmente estavam destinadas a Trinidad ou algum outro país do Caribe, que enfrentam instabilidade por causa disso. O presidente foi enfático ao dizer que utilizará todo o poder e força dos Estados Unidos para combatê-los e destruir esses cartéis”, complementou Rubio.
Até o momento, nenhuma evidência documental concreta foi apresentada para comprovar ligação direta de Maduro. Em resposta, a Venezuela mobilizou tropas e milícias, enviou 15 mil soldados para a fronteira com a Colômbia e solicitou à ONU que pressione os Estados Unidos a respeitar a soberania do país.