Inteligência americana diz que Moscou e Teerã planejam parceria para produção de drones, o que seria prejudicial não só para a Ucrânia, como também para os vizinhos do Irã.
Os Estados Unidos alertaram nesta sexta-feira (09/12) que Moscou e Teerã estão intensificando a cooperação militar de uma forma “prejudicial” à Ucrânia e os vizinhos do Irã.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, descreveu “um nível sem precedentes de apoio militar e técnico que está transformando o relacionamento entre os dois países em uma parceria de defesa completa”. Os dados são de avaliações de inteligência.
Kirby disse que os pilotos iranianos estão sendo treinados para pilotar caças russos Sukhoi Su-35, que devem ser entregues no próximo ano. “Isso fortaleceria significativamente a força aérea do Irã em relação a seus vizinhos regionais”, explicou.
Segundo ele, o Irã também está considerando a criação de uma linha de produção de drones administrada em conjunto com a Rússia. Teerã já havia sido acusada de fornecer à Moscou drones letais para a invasão da Ucrânia.
As alegações foram apoiadas pelo secretário de Relações Exteriores britânico, James Cleverly, que descreveu a colaboração da defesa e as transferências de armas como “negócios sórdidos”.
Moscou nega parceria de defesa
O representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzia, criticou as declarações da inteligência americana.
“O complexo industrial militar na Rússia pode funcionar perfeitamente bem e não precisa da ajuda de ninguém, enquanto a indústria militar ucraniana basicamente não existe e está sendo assistida pela indústria ocidental e empresas ocidentais”, afirmou ao Conselho de Segurança da ONU.
Ele também disse que as alegações sobre drones iranianos “já foram refutadas” várias vezes.
O Irã reconheceu que vendeu drones para a Rússia no passado, mas nega qualquer transferência de armas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.