Carros que dirigem sozinhos serão cerca de 10% das vendas no mundo, ou cerca de 12 milhões de unidades ao ano, em 2035, segundo estudo do Boston Consulting Group (BCG) divulgado pela agência Reuters nesta sexta-feira (9).
“Será a mudança mais radical da indústria automotiva em 100 anos”, afirmou Thomas Dauner, chefe da divisão automotiva do BCG. Diversas montadoras já estão testando sistemas semiautomáticos, que ainda exigem uma pequena interação humana.
Os primeiros carros com direção, freio a acelerador automáticos são esperados para este ano e o próximo. Eles estarão em modelos como o Cadillac CT6 e o Audi A8.
No entanto, será um longo caminho entre os sistemas semiautomáticos e os totalmente autônomos, de acordo com as fabricantes, que não esperam ver estes carros nas ruas antes de 2025.
A segurança é um dos maiores atrativos para o carro autônomo, segundo o BCG. Além disso, os consumidores também querem fazer outras coisas, que não seja dirigir, enquanto estão se deslocando de um lugar par ao outro.
Bem mais para frente, os carros 100% autônomos, incluindo o “táxi-robô”, podem transformar os centros urbanos com mais carros compartilhados, reduzindo trânsito, poluição e consumo de combustível. Em 20 anos, pessoas não serão mais donas de veículos em grandes cidades, graças aos carros que andam sozinhos, segundo o BCG.
CES
Nesta semana, Mercedes-Benz, Audi e BMW mostraram suas capacidades na feira de tecnologia CES, em Las Vegas, nos Estados Unidos. O conceito F015, da Mercedes-Benz, transforma o interior do veículo em uma sala de estar.
“Qualquer pessoa que fica focada apenas em tecnologia não percebeu ainda como como a condução autonôma vai mudar a nossa sociedade. O automóvel está se desenvolvendo para além da finalidade de transporte e será um espaço de convívio móvel”, afirmou o presidente da Daimler, Dieter Zetsche.
A Audi chegou ao evento com um A7 que dirigiu 885 quilômetros sozinho e levou jornalistas no caminho. O veículo conceitual utiliza uma combinação de vários sensores, muitos deles próximos da fase de produção, de acordo com a fabricante.
Corrida
Montadoras e empresas de tecnologia estão investindo no “carro inteligente”, embora haja muita controvérsia sobre como ele deve ser – uma disputa que lembra as polêmicas entre os formatos de vídeo VHS e Betamax, ou mais recentemente entre Blu-Ray e HD-DVD. Os padrões ainda não estão definidos.
A Ford, por exemplo, está focada em conectar primeiro os carros e os motoristas à internet, por meio de aplicativos, enquanto os sensores e sistemas de autonomia serão uma decorrência deste movimento. Segundo a Reuters, a marca americana aposta em tecnologias mais simples, que abrangerão um público muito maior em um futuro próximo.
O Google quer parcerias com grandes montadoras para seu projeto de carro do futuro, mas a Volkswagen anunciou nesta semana que escolheu a rival TomTom para fornecer mapas em seus veículos. Mapas são essenciais para uma navegação precisa, sem surpresas.