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segunda-feira, 22/09/2025

Estudo apoia trabalho dos catadores no DF

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Em Brasília

O fechamento do Lixão da Estrutural, em 2018, trouxe uma grande mudança ambiental no Distrito Federal. Mais de três mil catadores que trabalhavam nesse local tiveram que se adaptar a um novo jeito de cuidar do lixo, conforme a Lei nº 12.305/2010, que determinou o fim dos lixões, a criação de aterros sanitários e a inclusão dos catadores em programas de coleta seletiva. Essa mudança buscava proteger o meio ambiente e garantir justiça social, mas também trouxe desafios para os catadores, especialmente em relação ao trabalho e à economia.

A professora Sayonara de Amorim Gonçalves Leal, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), liderou um estudo chamado “Experiências de catadores de materiais recicláveis confrontados a dispositivos de gestão de resíduos sólidos no DF”, que foi apoiado pela FAPDF em 2022. O apoio permitiu que estudantes bolsistas participassem da pesquisa, que contou com a ajuda da Central de Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop-DF).

Sayonara destaca que os catadores são essenciais para a gestão do lixo e têm conhecimentos importantes, mas ainda vivem em condições difíceis social e economicamente.

Resultados da pesquisa

O estudo utilizou cerca de 80 entrevistas e observações em 22 cooperativas do DF para entender como os catadores se organizam e os desafios que enfrentam.

A pesquisa revelou que, mesmo quando as pessoas separam o lixo em casa, muito material chega em pouca quantidade ou mal acondicionado para a venda nas cooperativas. Isso dificulta o trabalho dos catadores, que dependem da venda do material reciclável para sobreviver, como explica Sayonara.

Esta é a primeira vez que os catadores tiveram a oportunidade de contar diretamente suas histórias, mostrando como vivem e os obstáculos que enfrentam. O estudo também conecta o trabalho dos catadores com a economia circular, que busca reduzir o desperdício e reutilizar materiais.

Sayonara enfatiza que é preciso melhorar a coleta seletiva, aumentar a renda e as condições de trabalho dos catadores para garantir uma inclusão social justa, especialmente por parte do poder público.

Parcerias e próximos passos

A pesquisa não se limitou a coletar dados. A equipe também ofereceu ferramentas para as cooperativas resolverem problemas de organização interna e sustentabilidade econômica. Essas ações fortaleceram o envolvimento dos catadores nas decisões e ajudaram a construir soluções juntos.

Sayonara destaca que essa troca foi um dos maiores benefícios do projeto, pois devolveram contribuições positivas a quem participou da pesquisa.

Além disso, a pesquisadora foi convidada a participar de um projeto internacional na Bélgica que envolve catadores em situação de rua no DF.

Os próximos passos incluem a organização de um livro, a publicação de artigos científicos, a continuação das ações práticas e um seminário na Universidade de Brasília sobre os resultados da pesquisa.

*Informações fornecidas pela FAPDF

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