As empresas estatais federais alcançaram um faturamento recorde de R$ 1,3 trilhão em 2024, com ativos totais chegando a R$ 6,7 trilhões, apresentando crescimentos de 4,9% e 10,9% em relação ao ano anterior, respectivamente. No entanto, o lucro líquido caiu 41%, ficando em R$ 116,6 bilhões, principalmente devido à diminuição dos ganhos da Petrobras. Sem considerar a Petrobras, o lucro das estatais cresceu 9,4%, totalizando R$ 79,6 bilhões.
Esses dados foram divulgados no Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais de 2024 pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).
O relatório também destaca que as estatais geram mais de 440 mil empregos diretos, representam 5,4% do PIB e investiram R$ 96 bilhões durante o último ano.
Em 2024, as estatais distribuíram R$ 152,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, sendo 47% desse valor destinado ao governo federal e 53% aos demais acionistas.
Esther Dweck, ministra da Gestão, ressaltou a importância das empresas públicas para a estratégia de desenvolvimento sustentável do governo Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o governo continuará a fortalecer e modernizar as estatais e sua governança.
Ela também destacou o papel fundamental das estatais no crédito habitacional, agrícola, às pequenas e médias empresas e aos microempreendedores.
Segundo o MGI, déficits primários podem indicar bons resultados. O Banco Central avalia os resultados primários de 20 estatais não dependentes, excluindo Petrobras e instituições financeiras. Em 2024, essas estatais tiveram lucro operacional de R$ 1,7 bilhão, embora 11 apresentassem déficits primários totalizando R$ 6,7 bilhões.
Dessas 11, apenas Correios e Infraero tiveram prejuízo. As demais apresentaram combinações de déficit e lucro, devido a investimentos feitos com recursos acumulados anteriormente, ou superávits operacionais.
O ministério explicou que essa aparente contradição entre déficits primários e lucros operacionais destaca a diferença entre os métodos usados para calcular esses resultados.
O documento reforça que, para cada R$ 1 do orçamento federal investido nas estatais, R$ 2,51 retornaram ao governo através de dividendos e juros sobre capital próprio, demonstrando a robustez financeira dessas empresas e sua importante contribuição para a economia nacional.
As informações foram coletadas do Sistema de Informações das Estatais (Siest) em junho de 2025, com ajustes baseados nos relatórios e demonstrações financeiras das próprias empresas.