A covid-19 segue avançando nos Estados Unidos, país que na terça-feira registrou 1.535 mortes em 24 horas
Os Estados Unidos registraram na terça-feira o recorde de novos casos de covid-19 em apenas um dia, com mais de 200.000, o que evidencia a necessidade urgente de uma vacina, um dia depois do anúncio de resultados promissores de uma pesquisa.
A notícia sobre a vacina provocou esperança em um cenário sombrio, com novas restrições na Europa e Oriente Médio, assim como uma aceleração da pandemia nos Estados Unidos, país que na terça-feira registrou 1.535 mortes provocadas por covid-19 em 24 horas.
Uma vacina é a melhor possibilidade para deter o avanço do novo coronavírus, detectado no fim de dezembro do ano passado na China e que se propagou por todo o mundo.
As ações de alguns setores mais afetados pelas restrições de viagens, distanciamento social e bloqueios se recuperaram ante a esperança de que o mundo retorne à normalidade, depois que o grupo farmacêutico Pfizer e sua sócia alemã alemã BioNTech anunciaram na segunda-feira que sua candidata a vacina tem 90% de eficácia.
As duas empresas afirmaram que têm capacidade para produzir mais de 50 milhões de doses da vacina este ano e 1,3 bilhão em 2021, caso recebem a aprovação das agências reguladoras.
A comunidade científica reagiu de maneira positiva ao anúncio, embora o ensaio clínico ainda esteja em curso e a vacina necessite de armazenamento em congeladores especiais, o que gera enormes complicações na cadeia de abastecimento.
Esta vacina é uma das 40 que estão em diferentes fases de desenvolvimento, mas até o momento não foram divulgados os dados de efetividade de nenhuma outra.
Outra notícia positiva veio da União Europeia: o Parlamento da UE e os Estados membros alcançaram um acordo para aprovar o orçamento do bloco, que inclui a liberação de 750 bilhões de euros (886 bilhões de dólares) para a recuperação das consequências da pandemia.
“Um inverno obscuro”
Quase 51 milhões de pessoas em todo o mundo contraíram o novo coronavírus, que provocou 1,2 milhão de mortes.
Na terça-feira foram registradas 6.867 mortes em todo o mundo, com números elevados na França, Espanha e Estados Unidos.
A maior potência mundial é o país mais afetado pela pandemia, com mais de 10 milhões de casos e quase 240.000 mortes, com outros dados preocupantes, como 60.000 hospitalizados por covid-19.
A pandemia foi um dos principais problemas dos eleitores nas eleições presidenciais da semana passada nos Estados Unidos.
O presidente eleito Joe Biden, que criticou a gestão da crise pelo presidente Donald Trump, anunciou um grupo de trabalho para a crise.
“Enfrentamos um inverno muito obscuro”, disse Biden.
Trump enfrentou repetidamente os especialistas de sua própria administração e, em várias oportunidades, se recusou a respaldar as restrições ou usar máscara em público.
Depois do anúncio da Pfizer, afirmou, sem provas, que a notícia foi adiada para depois das eleições para prejudicar sua campanha de reeleição.