A Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos entrou em contato com o Ministério da Fazenda do Brasil para agendar uma reunião com o objetivo de discutir as tarifas elevadas impostas pelo governo americano sobre várias exportações brasileiras. Até o momento, a data da reunião ainda não foi definida. O último encontro entre o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e representantes brasileiros aconteceu em maio, antes da implementação da tarifa de 50%.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, destacou que essa será apenas a fase inicial das negociações. “Estamos começando em uma posição melhor do que o esperado, mas ainda há um longo caminho pela frente. As tarifas recentes apresentam muitas injustiças”, afirmou.
Cerca de 700 produtos ficaram fora da tarifa de 50% aplicada contra o Brasil, representando aproximadamente 43% das exportações brasileiras para os EUA. Na área mineral, cerca de 25% dos produtos sofreram taxação.
Plano de apoio
Embora algumas exceções tenham sido feitas, Haddad ressaltou que o impacto dessas tarifas será severo para vários setores. O governo está preparando medidas para ajudar as empresas mais afetadas, que devem ser anunciadas em breve.
“Alguns casos são críticos e precisam de atenção imediata. Vamos lançar um plano de apoio à indústria e para preservar empregos nos próximos dias”, explicou o ministro.
As medidas previstas incluem linhas de crédito e apoio financeiro para as companhias prejudicadas. Haddad enfatizou a importância de proteger setores pequenos e vulneráveis, que apesar de não serem grandes exportadores, são essenciais para manter empregos no país.
Setores maiores de commodities também precisarão se ajustar ao novo cenário, um processo que demandará tempo. “Mesmo para esses setores, a adaptação não é rápida, pois contratos não mudam de um dia para o outro. Cada caso será avaliado, e as linhas de crédito estarão disponíveis”, disse o ministro.
Respeito à independência judicial
Fernando Haddad ressaltou que questões políticas, como tentativas de interferência no Supremo Tribunal Federal, não devem ser tema das negociações, pois o Judiciário é independente do Executivo.
“O Brasil é uma das democracias mais sólidas do mundo, e a perseguição ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes não ajuda na aproximação entre os dois países”, afirmou.
Informações da Agência Brasil.