Vários estados brasileiros estão avaliando os efeitos da nova tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Governos dos estados mais impactados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná, ainda estão calculando os prejuízos e já anunciaram apoio financeiro para os setores mais atingidos.
O governo de Minas Gerais, por exemplo, liberou R$ 100 milhões em créditos de ICMS para as empresas afetadas, além de oferecer empréstimos com juros baixos, carência de 12 meses e prazo longo de pagamento. A instituição responsável, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), reservou R$ 200 milhões para esses financiamentos. Gabriel Viégas, presidente do BDMG, afirmou que o objetivo é auxiliar as empresas que mais precisam, estabelecendo limites para os financiamentos.
No Paraná, medidas semelhantes foram adotadas, com créditos de ICMS utilizáveis para monetização ou garantia em empréstimos, flexibilização de prazos para investimentos e mais crédito disponível. O estado destinou R$ 400 milhões em recursos imediatos. O Paraná exporta principalmente madeira e derivados para os EUA, e os efeitos da tarifa ainda são incertos.
O Rio Grande do Sul anunciou um pacote de crédito de R$ 100 milhões para exportadores locais, com financiamento oferecido pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). O maior impacto esperado é no setor de armamentos, representado pela empresa Taurus, localizada em São Leopoldo, que pode deslocar suas operações para os EUA devido às tarifas. O setor coureiro-calçadista também foi afetado, sendo uma outra importante área de exportação para o estado.
O governo do Rio de Janeiro ainda está analisando a nova política para entender seus impactos econômicos. A Casa Civil coordena um grupo de trabalho para avaliar a situação. O estado é o segundo maior exportador para os EUA, com destaque para o petróleo refinado, que não foi incluído na sobretaxa.
Em Sergipe, também foi criado um grupo de trabalho para estudar os impactos da medida americana e buscar soluções em conjunto com o Governo Federal. O objetivo principal é entender detalhadamente os efeitos em cada setor e ajudar os segmentos mais prejudicados.