A expectativa pela liberação e troca de reféns marca o terceiro dia do cessar-fogo entre Israel e Hamas. No acordo firmado, o Hamas deverá libertar os reféns detidos em Gaza, enquanto Israel fará a transferência de prisioneiros palestinos em troca dos reféns até a manhã desta segunda-feira (13/10).
Em Israel, a Praça dos Reféns, em Tel Aviv, amanheceu repleta de centenas de pessoas aguardando um reencontro esperado. Dos 48 reféns capturados em Gaza, estimativas indicam que pelo menos 20 continuam vivos. Este local se tornou um ponto de encontro conhecido por reunir familiares que pediam a libertação dos reféns desde o início do conflito, ocorrido há dois anos.
O acordo entre Israel e Hamas, inicialmente proposto por Trump e negociado com a mediação do Egito, Catar e Turquia, prevê a liberação total dos reféns em troca da soltura de presos palestinos, além de um recuo parcial das forças israelenses. Os detalhes sobre a logística para a soltura dos reféns ainda não foram revelados.
Discurso
No sábado (11/9), milhares de israelenses se reuniram na Praça dos Reféns para comemorar o cessar-fogo firmado com o Hamas. O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, foi recebido com muita aclamação pela multidão. Ele fez seu discurso ao lado de Jared Kushner, ex-assessor e genro de Donald Trump, e de Ivanka Trump, filha do presidente norte-americano.
Durante o discurso, o público aplaudiu quando Trump foi mencionado, mas vaiou sempre que o nome do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi citado.
O anúncio do fim do conflito entre Israel e Hamas foi feito na quinta-feira (9/10) pelo presidente dos EUA. As partes assinaram a primeira fase do cessar-fogo, que contempla a libertação de cerca de dois mil prisioneiros palestinos após o retorno dos reféns capturados pelo Hamas a Israel.
Concluída a primeira etapa do acordo, outras questões relacionadas ao plano de paz serão discutidas.
De acordo com a Defesa Civil de Gaza, somente na sexta-feira (10/10), cerca de 200 mil palestinos deslocaram-se para o norte do território.
Apesar do cessar-fogo, vários palestinos ainda hesitam em voltar às suas casas, muitas das quais foram destruídas pelos bombardeios israelenses. Trump, responsável pela mediação, declarou que o acordo de paz inclui planos para a reconstrução de Gaza.
Prêmio Nobel para Trump
Em Tel Aviv, manifestantes exibiam uma faixa pedindo que o presidente dos EUA receba o Prêmio Nobel da Paz pelo seu papel na articulação do fim do conflito. Nesta sexta-feira, o Comitê Norueguês do Nobel concedeu o prêmio à líder da oposição venezuelana María Corina Machado.
Trump afirmou que María Corina entrou em contato com ele, expressando que ele merecia o prêmio. Segundo ele, ela foi “muito gentil” e reconheceu o esforço dos Estados Unidos em apoiar a oposição venezuelana.
“Eu não disse ‘então me dê’, mas acredito que ela poderia ter dito isso. Eles precisam de muita ajuda na Venezuela, que enfrenta uma situação muito difícil”, declarou durante uma coletiva de imprensa no Salão Oval.
Trump aproveitou a ocasião para enaltecer sua atuação no acordo de cessar-fogo, considerado por ele como o mais significativo pacto de paz já realizado.