Dentre os muitos benefícios comprovados do convívio com animais de estimação, o desenvolvimento de empatia e compaixão está entre os principais, conforme pesquisadores de diversas universidades nacionais e internacionais.
A decisão de adotar um pet como novo membro da família pode ser desafiadora, já que eles são seres vivos com necessidades biológicas e emocionais.
É essencial pesquisar e buscar orientação com especialistas sobre alimentação, cuidados domésticos, atividades para estimular o comportamento, além de necessidades de espaço e higiene para garantir o bem-estar e a saúde do animal.
O Santuário Animal Best Friends, localizado em Utah, EUA, que também atua como Centro de Resgate em várias cidades americanas, aconselha que os futuros tutores avaliem o tipo de moradia (casa, apartamento, sítio) considerando o espaço disponível e as características específicas de cada espécie, que podem influenciar no relacionamento. Eles questionam: “Você está preparado para conviver com pelos de animais ou com uma caixa de areia?”
Outro aspecto relevante é o ambiente familiar: todos estão de acordo com a chegada do pet? Além disso, o tempo disponível para dedicação e convivência deve ser considerado, já que todos os animais precisam de atenção constante.
As espécies possuem diferentes demandas, tanto de cuidados quanto emocionais, o que impacta no sucesso da relação com o pet escolhido. Por isso, é importante avaliar particularidades sobre socialização e necessidades afetivas.
Considerados os melhores amigos do homem, os cães têm capacidades sociais desenvolvidas ao longo de milhares de anos de convivência com humanos.
Natália de Souza Albuquerque, pesquisadora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, explica que esses animais aprendem a interpretar gestos humanos, como apontar, o que reforça a forte relação homem-cão desenvolvida ao longo da evolução.
No Brasil, os gatos têm ganhado cada vez mais espaço, com 34 milhões presentes em lares segundo dados de 2023 do Euromonitor.
Estudos da Universidade do Rio Grande do Sul mostram que a socialização dos gatos depende do vínculo que estabelecem com o ambiente e as pessoas ao redor. Embora tenham um comportamento mais independente, são animais sociáveis que reconhecem seus nomes e respondem a interações com seus tutores.
Além de cães e gatos, répteis são opção para quem busca pets exóticos com cuidados mais simples. A criação desses animais, conhecida como Herpetocultura, tem crescido no Brasil, com mais de 2 milhões de répteis domesticados de acordo com o IBGE até 2019.
Segundo publicação da Universidade Federal de Minas Gerais, répteis e anfíbios requerem cuidados mínimos, podem viver em ambientes controlados como terrários e não necessitam de alimentação diária constante, podendo passar até 30 dias sem se alimentar.
Contudo, apenas algumas espécies são permitidas para criação legal no Brasil, como iguanas, jabutis e jiboias, conforme a legislação vigente.
As serpentes autorizadas incluem jiboias (Boa constrictor), salamantas (Epicrates cenchria), suaçuboias (Corallus hortulanus) e piriquitamboias (Corallus caninus); entre os lagartos, teius (Salvator merianae) e iguanas verdes (Iguana iguana); e os quelônios como jabutis (Chelonoides carbonaria) e tigres d’água (Trachemys dorbigni).
Escolher o pet certo vai além da preferência: envolve entender suas necessidades e características para garantir uma convivência harmoniosa e saudável entre o animal e a família.