Donald Trump chegou à Escócia na noite de sexta-feira (25/7) para uma visita que mistura compromissos diplomáticos e sua paixão pelo golfe. Um esquema robusto de segurança foi organizado em resposta à convocação de múltiplos protestos contra a presença do ex-presidente dos Estados Unidos.
Durante sua estadia, além de praticar golfe, Trump deve se reunir no domingo (27/7) com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e também tem prevista uma entrevista com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
O ex-presidente desembarcou no aeroporto de Prestwick, próximo a Glasgow, por volta das 20h30 (horário local) e seguiu direto para Turnberry, um dos luxuosos campos de golfe na Escócia pertencentes à Trump Organization, empresa familiar gerida pelos filhos de Trump.
No sábado (26/7), o foco de Trump será o golfe, mesmo com a forte segurança no local, que está longe dos locais onde ocorrerão manifestações contra sua visita em várias cidades escocesas.
A chegada de Donald Trump transformou a região geralmente pacífica do sudoeste da Escócia em uma área altamente protegida, com estradas bloqueadas e pontos de controle policiais intensificados. Policiais e militares fizeram rondas no campo de golfe, nas praias e dunas próximas, com atiradores de elite posicionados em pontos estratégicos.
A visita de cinco dias tem dividido opiniões no país. Embora Trump tenha manifestado várias vezes seu apreço pela Escócia, terra natal de sua mãe, suas políticas e os negócios da família têm causado controvérsias entre moradores, ambientalistas e autoridades locais.
A polícia escocesa mobilizou reforços de outras regiões para garantir a segurança, em especial diante das manifestações organizadas pelo grupo Stop Trump Coalition em cidades como Edimburgo e Aberdeen, onde está outro clube de golfe da Trump Organization.
Donald Trump enfrenta críticas sobre possíveis conflitos de interesse relacionados aos negócios familiares, acusados de serem influenciados por sua posição como ex-presidente, especialmente no exterior. A segurança também se intensificará em Turnberry no dia da partida de golfe, considerado por Trump como “o melhor campo do mundo”.
O primeiro-ministro escocês, John Swinney, destacou a longa amizade entre Escócia e Estados Unidos e afirmou que a visita é uma oportunidade para o país expressar suas opiniões sobre temas importantes como guerra, paz, justiça e democracia.
Trump não tem compromissos oficiais no sábado, mas no domingo se encontrará com a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em busca de um acordo para evitar tarifas adicionais de 30% anunciadas pelos EUA. Ele comentou que as negociações apresentam uma chance de 50% de sucesso, com divergências em cerca de 20 pontos.
Está prevista também uma reunião com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, cujo foco deve ser a política comercial. Embora a reunião tenha sido descrita por Trump como mais uma celebração do que uma sessão de trabalho, há tensões em torno de tarifas sobre aço e alumínio já aplicadas pelos EUA.
A guerra em Gaza poderá ser discutida, especialmente após o anúncio do presidente francês Emmanuel Macron de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina, aumentando a pressão sobre o governo britânico.
Além disso, a visita permitirá que Trump se distancie temporariamente de polêmicas domésticas, como o caso Jeffrey Epstein, investigado após sua morte em 2019 sob circunstâncias suspeitas. Trump negou ter sido informado sobre seu nome nos arquivos do caso, contestando as acusações divulgadas publicamente.
John Swinney reforçou que a visita é uma oportunidade para reforçar os laços históricos entre Escócia e Estados Unidos, além de debater assuntos relevantes para a democracia e a justiça.
Durante uma visita anterior em 2023, Trump expressou seu carinho pela Escócia, onde sua mãe, Mary Anne MacLeod, nasceu antes de emigrar para os EUA.