A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) contratou dois profissionais de maquiagem para atuarem em seu gabinete desde maio de 2024. Os maquiadores Ronaldo Cesar Camargo Hass e Índy Cunha Montiel da Rocha recebem, respectivamente, R$ 9.678,22 e R$ 2.126,59 por seus serviços.
Nas redes sociais, ambos divulgam seu trabalho como maquiadores, frequentemente aparecendo ao lado da parlamentar. Hass chegou a acompanhar Hilton em uma viagem a Paris a convite do Parlamento Europeu para um show da cantora Beyoncé. A contratação foi inicialmente noticiada pelo portal Metrópoles e depois confirmada pelo Estadão.
De acordo com a deputada, esses profissionais exercem funções como secretários parlamentares, envolvendo tarefas como a atuação em pautas relacionadas à comunidade LGBT e às cidades, articulação com movimentos sociais, interlocuções em diferentes áreas e acompanhamento de comissões tanto em Brasília quanto em São Paulo. Além disso, realizam serviços estéticos para Hilton.
Hilton destaca: “Meus assessores são altamente capacitados, são ótimos maquiadores, mas não se limitam a isso. São pessoas LGBT com formação acadêmica que contribuem significativamente para o mandato”.
A parlamentar conheceu os dois por meio do trabalho com maquiagem e optou pela contratação não apenas pelo vínculo profissional, mas também por serem seus amigos e membros da comunidade que representa. Segundo ela, esses profissionais estão envolvidos em atividades importantes do mandato, incluindo viagens, preparação de fotos e organização de briefings.
O cargo de secretariado parlamentar é regulamentado por um ato da mesa da Câmara, que estabelece que suas funções incluem prestação de serviços de secretaria, assistência e assessoramento direto para atividades parlamentares específicas.
Imagens fornecidas pelo gabinete mostram Rocha acompanhando Hilton em atividades na Câmara dos Deputados, enquanto Hass esteve presente em eventos no interior de São Paulo.
Por sua vez, a oposição na Câmara anunciou a intenção de protocolar representações no Conselho de Ética e no Ministério Público Federal, alegando quebra de decoro parlamentar e possível improbidade administrativa.
Erika Hilton afirma: “Há quem não queira minha atuação no Parlamento, que rejeita minha voz e meu mandato. Tentam me prejudicar às vésperas das eleições devido à minha capacidade de promover mudanças e dar voz a quem sempre foi excluído da política”.