A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) criticou, nesta sexta-feira (12/12), a reação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à remoção do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de sua esposa Viviane Barci de Moraes da lista de sanções da Lei Magnitsky. Em mensagem nas redes sociais, a parlamentar fez um alerta direto ao deputado, sugerindo que a alteração feita pelo governo dos Estados Unidos pode enfraquecer sua posição política.
“Eduardo, você já considerou que, além de provavelmente não poder voltar ao Brasil, pode estar gradualmente perdendo seu capital político e sua capacidade de se manter nos EUA?”, escreveu Erika Hilton.
Eduardo, já pensou que, além de possivelmente nunca mais retornar ao Brasil, sua situação financeira e política pode se deteriorar nos Estados Unidos? Reflita sobre isso…
A deputada também ressaltou que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro pode enfrentar um futuro difícil, no qual faltará dinheiro para necessidades básicas.
“Pense nisso enquanto comemoramos o fracasso daqueles que tentaram sancionar seu próprio país, prejudicaram o sustento de muitas famílias e traíram a nação para a qual deveriam trabalhar”, completou.
A manifestação foi uma resposta ao comunicado divulgado anteriormente por Eduardo Bolsonaro, que lamentou a decisão dos EUA e expressou pesar pela retirada das sanções. O deputado agradeceu ao ex-presidente Donald Trump pelo apoio ao longo de sua trajetória e afirmou que continuará buscando meios para a libertação do país.
Contexto da crise
Alexandre de Moraes foi incluído na lista Magnitsky em julho, acusado pelo governo Trump de realizar detenções arbitrárias e censura. Sua esposa, Viviane Barci de Moraes, foi adicionada em setembro. A sanção causou forte desgaste diplomático entre Brasília e Washington, com o então secretário do Tesouro dos EUA acusando o ministro de promover uma campanha opressiva.
Com o agravamento da crise, ministros do STF e familiares tiveram vistos revogados, e a Casa Branca considerou aplicar tarifas e outras penalidades contra autoridades brasileiras após uma decisão de Alexandre de Moraes que levou à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) confirmou a exclusão de Moraes, de Viviane e da empresa Lex – Instituto de Estudos Jurídicos da lista SDN, que reúne alvos de sanções econômicas dos EUA, sem informar os motivos da retirada.
Reações divergentes na direita
A decisão provocou diferentes opiniões entre aliados de Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro classificou a decisão como uma derrota política, mencionando as dificuldades enfrentadas por opositores no Brasil.
Por outro lado, seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), interpretou a medida como um gesto importante do ex-presidente Trump, afirmando que isso pode abrir possibilidades para a retomada das relações bilaterais e a possível eliminação de tarifas sobre produtos brasileiros, dependendo dos avanços legislativos no Senado.