O governo do Equador concedeu permissão total para que os Estados Unidos possam agir em seu território contra cartéis de drogas. Esta decisão foi anunciada na quinta-feira (4/9), durante a visita do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
No mesmo dia, o governo dos EUA classificou os cartéis de Los Lobos e Los Choneros como organizações terroristas estrangeiras. Antes disso, outras agências latino-americanas ligadas ao tráfico internacional, como o cartel Los Soles da Venezuela, já haviam recebido essa classificação.
Além de ser uma declaração verbal, essa nova classificação permite que os Estados Unidos adotem medidas mais rigorosas contra esses grupos, inclusive operações militares em países terceiros, amparadas pela justificativa da “guerra contra o terror”, como visto em recentes ações no Oriente Médio.
Durante uma coletiva no Equador, Marco Rubio afirmou: “Faremos tudo ao nosso alcance para proteger o povo equatoriano. Quero informar que os cartéis Los Lobos e Los Choneros serão oficialmente designados como grupos terroristas”. Essa designação abre diversas opções legais para os Estados Unidos agirem conforme suas legislações.
Comemoração do presidente do Equador
A decisão foi apoiada pelo presidente do Equador, Daniel Noboa, um aliado do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, na América Latina.
Daniel Noboa declarou: “Os cartéis Los Choneros e Los Lobos podem pensar que estão intocáveis, mas a realidade é outra: foram oficialmente classificados como grupos terroristas pelos Estados Unidos. Com este apoio, continuaremos firmes em nossa luta para recuperar o nosso país.”
Recentemente, Noboa firmou uma parceria com o empresário de segurança privada Erik Prince para combater a crescente violência no Equador com o auxílio de mercenários. Além disso, o governo equatoriano está avançando em um projeto para permitir a instalação de bases militares estrangeiras no território nacional.
O apoio dos EUA ao Equador ocorre poucos dias após o país alinhar-se com os planos do ex-presidente Donald Trump na região. Em 15 de agosto, Noboa classificou o cartel venezuelano Los Soles como grupo terrorista, postura semelhante à adotada pelos governos do Paraguai e Argentina, reforçando a cooperação com Washington.
Para os EUA, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, seria o líder dessas organizações criminosas. Por isso, a administração americana já declarou que usará todo o seu poder para combater os cartéis latino-americanos e recentemente enviou uma frota naval para patrulhar a costa venezuelana.