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quinta-feira, 28/08/2025

Entidades criticam criação do curso de engenharia farmacêutica na UFG

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Goiânia – A proposta da Universidade Federal de Goiás (UFG), através do Instituto de Química (IQ), para instituir um curso de engenharia farmacêutica gerou forte reação de entidades representativas do setor farmacêutico.

O Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e o Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar-GO) divulgaram notas públicas de crítica, apontando questões acadêmicas, regulatórias e profissionais que podem surgir com a implantação desta nova graduação.

O CRF-GO considerou a iniciativa como “redundante e desnecessária”, ressaltando que o curso de farmácia já abrange todas as habilidades essenciais para atuação na indústria, incluindo pesquisa, desenvolvimento, produção e controle de qualidade de medicamentos, vacinas, biofármacos, imunobiológicos e outros insumos. A entidade alertou que esta proposta pode resultar em sobreposição de funções, fragmentação da formação profissional e insegurança no mercado de trabalho.

Em 22 de agosto, o Conselho encaminhou um ofício à reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, destacando que a criação do curso pode provocar insegurança jurídica e institucional, visto que não há regulamentação específica para o exercício do engenheiro farmacêutico no Brasil, e solicitando que a universidade reavalie a viabilidade técnica, acadêmica e social do projeto.

A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e o Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar-GO) também emitiram uma nota conjunta, classificando a proposta como um “equívoco conceitual”. Segundo as entidades, o curso não se origina claramente na farmácia nem na engenharia, mas sim na química, e que limitar a formação em fármacos e medicamentos a aspectos técnicos contraria a essência da profissão farmacêutica, que engloba tanto inovação tecnológica quanto cuidados humanos e veterinários.

As entidades enfatizam que ignorar a legislação atual pode levar os estudantes a uma formação sem reconhecimento oficial, criando um vácuo regulatório e profissional. Elas reafirmam o compromisso com a valorização da formação farmacêutica já existente no país e pedem à UFG que suspenda o projeto de Engenharia Farmacêutica. Até o presente momento, a universidade não se pronunciou oficialmente sobre a questão.

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