A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou na sexta-feira (12/9) que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é judeu, foi alvo de ataques antissemitas nas redes sociais após seu voto no julgamento da trama golpista. A entidade classificou a situação como alarmante e ressaltou que ofensas baseadas em religião configuram crime no Brasil.
“Pode-se discordar das decisões no STF, mas atacar alguém por sua fé é crime. A luta contra o antissemitismo e o discurso de ódio é uma luta coletiva e única”, enfatizou a nota.
Julgmento e posicionamento de Fux
Na quarta-feira (10/9), Fux votou pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros cinco acusados de atentado contra a democracia. Ele foi o único ministro com esse voto. O julgamento encerrou na quinta-feira (11), com placar de 4 a 1 pela condenação, com votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Além de Bolsonaro, absolveu o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; o general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI; e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Para o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto, votou pela condenação por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Fux também defendeu a anulação do processo, alegando que o STF não teria competência para julgar o caso, e que, se permanecesse na Corte, o julgamento deveria ocorrer no plenário com os 11 ministros, não na Primeira Turma, formato atual.
Primeiro ministro judeu no STF
Luiz Fux é o primeiro ministro judeu no Supremo Tribunal Federal. Filho de Mendel Wolf Fux, um imigrante romeno naturalizado brasileiro e advogado, ele vem de uma família que buscou refúgio durante a Segunda Guerra Mundial. Seu avô materno atuava como juiz arbitral dentro da comunidade.