Nos Estados Unidos, durante o governo de Donald Trump, uma grande parte das atividades do governo federal começou a ser interrompida nesta quarta-feira (1º de outubro). Essa paralisação afeta diretamente os serviços oferecidos à população e pode ter consequências na economia do país. Há uma ameaça real de demissões significativas, com impactos previstos nos serviços aéreos, ferroviários e até no fechamento de parques nacionais.
Este cenário decorre do chamado shutdown, que significa a suspensão provisória das operações não essenciais do governo. Esta é a primeira paralisação desde quase sete anos atrás, a última tendo ocorrido durante o primeiro mandato presidencial de Trump, quando o governo ficou suspenso por 35 dias em dezembro de 2018.
Mas afinal, o que é shutdown, quais suas causas e quais impactos ele traz para os Estados Unidos e o mundo? Temos aqui uma explicação clara para você.
Com a paralisação total ou parcial do governo, centenas de milhares de servidores públicos poderão ser dispensados ou trabalhar sem receber salários. Estima-se que cerca de 750 mil funcionários federais sejam afetados, segundo dados recentes do escritório de orçamento do Congresso, gerando um custo de aproximadamente 400 milhões de dólares por dia.
Operações consideradas essenciais, como previdência social, serviços militares, fiscalização de imigração e controle do tráfego aéreo, continuarão funcionando. Entretanto, muitos outros serviços poderão sofrer atrasos ou serem suspensos.
O envio de correspondências pelos Correios seguirá normalmente, já que as agências vêm preparando planos para lidar com a paralisação. Contudo, departamentos como o de Educação terão quase todos os seus funcionários dispensados, enquanto o Departamento de Segurança Interna manterá a maior parte de sua força ativa.
Origem da paralisação
A causa imediata da paralisação foi a não aprovação pelo Senado de um plano temporário de financiamento, proposto pelos republicanos, que manteria o governo funcionando até novembro. Embora o plano tenha sido aprovado pela Câmara dos Representantes, faltaram votos suficientes no Senado para superar o bloqueio dos democratas.
Três democratas se uniram aos republicanos na votação, mas não foi o bastante para impedir a interrupção das operações governamentais.
Cabe destacar que os líderes democratas responsabilizam Donald Trump e os republicanos pela paralisação, argumentando que estes não querem proteger a saúde e o bem-estar americano.
Reações e ameaças
A Casa Branca ameaçou demitir em massa os servidores públicos caso o financiamento continue bloqueado. Donald Trump afirmou que dezenas de milhares de pessoas seriam dispensadas, atribuindo a responsabilidade aos democratas.
O diretor do escritório de administração e orçamento da Casa Branca, Russ Vought, enviou uma carta culpando as demandas políticas dos democratas pela paralisação, destacando a incerteza sobre quanto tempo isso irá durar.
Apesar das críticas, membros do partido democrata demonstraram alguma dissidência, com alguns votando a favor do plano republicano para tentar evitar maiores danos.
Consequências nos serviços e viagens
Funcionários essenciais de aeroportos, como controladores de tráfego aéreo, continuarão trabalhando, porém sem pagamento durante a paralisação, o que pode causar atrasos e cancelamentos em voos domésticos e internacionais.
O sistema ferroviário operado pela Amtrak seguirá funcionando, pois recebe receita própria e não depende diretamente do financiamento imediato do governo, mas se a paralisação durar muito, pode sofrer impactos.
Quanto a passaportes e vistos, as operações consulares nacionais e internacionais permanecerão ativas, fornecendo atendimento aos cidadãos americanos no exterior.
Fechamento de parques nacionais
Funcionários dos parques nacionais, que são servidores federais, terão suas atividades suspensas, o que poderá levar ao fechamento das áreas protegidas.
Durante a paralisação anterior em 2018, algumas unidades sofreram danos consideráveis devido à redução da fiscalização.
Esta paralisação representa um desafio significativo para os serviços públicos e a população americana, com potencial de afetar a rotina diária e a economia de forma ampla.
