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segunda-feira, 20/10/2025

Entenda o caso de Carla Zambelli após prisão na Itália

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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa em Roma, na Itália, onde estava foragida há dois meses, tentando evitar um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Carla Zambelli possui dupla cidadania e deixou o Brasil buscando asilo político duas semanas após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão pelo ataque ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que ocorreu em 2023. Além disso, foi condenada a pagar R$ 2 milhões por danos coletivos.

As investigações apontam que Carla Zambelli foi a pessoa que planejou o ataque ao sistema para criar um mandado falso contra o ministro Alexandre de Moraes. O hacker Walter Delgatti, que também foi condenado, afirmou ter agido sob ordens da deputada.

Extradição

Após a prisão na Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição de Carla Zambelli. A decisão final sobre a extradição será tomada pela Justiça e pelo governo italiano.

O processo para extradição pode ser longo, pois envolve análise de leis italianas e acordos internacionais entre os países. Por isso, não há um prazo definido para a decisão.

O pedido de extradição foi formalizado no dia 11 de junho pelo ministro Alexandre de Moraes e enviado ao governo italiano pelo Itamaraty. A documentação inclui detalhes da condenação e dos artigos do Código Penal que embasam o pedido.

“A Sra. Carla Zambelli Salgado de Oliveira, de forma consciente e voluntária, liderou a invasão aos sistemas do Poder Judiciário com a ajuda de pessoas técnicas para adulterar informações sem autorização”, declarou o documento.

Alexandre de Moraes também garantiu que, caso a extradição seja aceita, Carla Zambelli não será presa ou processada por fatos anteriores ao pedido, não receberá pena perpétua, não terá aumento de pena por motivos políticos e não será submetida a tratamentos desumanos ou degradantes.

Mandato

A Câmara dos Deputados autorizou que a deputada tire 127 dias de licença não remunerada. Se não retornar, poderá perder o mandato por ausência nas sessões e também responde a processo de cassação na Casa.

Além disso, ainda não foi decidido se a deputada perderá o mandato devido à condenação pelo STF.

Defesa

Pelas redes sociais, o advogado Fábio Pagnozzi informou que Carla Zambelli se apresentou voluntariamente às autoridades italianas para ajudar nas investigações, buscando evitar a extradição e ser julgada de forma justa.

Por outro lado, a Polícia Federal explicou que a prisão resultou de uma cooperação entre a corporação, a polícia italiana e a Interpol.

O deputado italiano Angelo Bonelli também afirmou que denunciou à polícia local o endereço onde Carla Zambelli estava em Roma.

Pizzolato

Em 2015, houve outro caso semelhante envolvendo fuga para a Itália após condenação no STF. Henrique Pizzolato, condenado pelo processo do mensalão, foi extraditado para o Brasil após ser preso na Itália em 2014, onde havia fugido com identidade falsa.

Informações fornecidas pela Agência Brasil.

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