CRISTIANE GERCINA
SÃO PAULO, SP
Quem trabalha, recebe aposentadoria ou pensão pelo INSS, ou é servidor público com salário até R$ 5.000, não precisará pagar Imposto de Renda (IR) a partir de 2026, segundo projeto aprovado no Senado em 5 de novembro. Essa regra ainda depende da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O novo sistema prevê um desconto progressivo do IR para quem ganha entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, permanecendo sem alterações para salários maiores. A contabilidade da Contabilizei aponta que um trabalhador com salário de R$ 5.000 e sem dependentes pagará R$ 312,89 a menos de imposto por mês, com valores decrescentes até R$ 19,98 para salários de R$ 7.200. Os dados incluem salários desde o mínimo de R$ 1.518 até R$ 50.000.
Atualmente, não há desconto de IR para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036), apesar da tabela oficial isentar salários até R$ 2.428,80, devido a um desconto padrão aplicado pela Receita que zera o imposto nessas faixas.
Além do IR, os trabalhadores com carteira assinada têm desconto do INSS retirado diretamente do salário. O cálculo do IR considera qual tipo de desconto é mais vantajoso para o funcionário, entre o modelo padrão (considerando INSS e dependentes) e o simplificado (com desconto fixo de R$ 607,20).
Como funciona o desconto atual do Imposto de Renda
O desconto consiste em subtrair do salário bruto o desconto do INSS e o IR para chegar ao salário líquido. As faixas variam com o salário, podendo ser isento para os menores e com maiores descontos para salários altos.
Como será o desconto do IR em 2026
Com a reforma, a isenção será ampliada até R$ 5.000, e uma cobrança escalonada existirá entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350. Para salários acima de R$ 7.350, o desconto permanecerá o mesmo. Isso vai beneficiar principalmente os salários médios, com redução significativa do imposto pago.
Como é feito o desconto do IR?
O Imposto de Renda incide mensalmente sobre a remuneração dos trabalhadores, conforme tabela atualizada anualmente pela Receita Federal. Na base de cálculo, são considerados descontos do INSS e deduções por dependentes. Há também a opção pelo desconto simplificado.
Todos os anos, o contribuinte deve enviar a declaração de ajuste anual ao fisco para conferir se pagou o valor correto de IR. Caso tenha pago mais, recebe restituição; se pagou menos, precisa complementar o pagamento. Também é possível abater gastos com saúde, educação e previdência privada para reduzir o imposto.
Colaborou Luciana Lazarini
