A conexão entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o financista condenado por crimes sexuais Jeffrey Epstein voltou a causar agitação política nos Estados Unidos. Recentemente, uma reportagem do The Wall Street Journal revelou que o Departamento de Justiça notificou formalmente Trump em maio deste ano, informando que seu nome estava presente nos documentos relacionados ao caso Epstein, desmentindo declarações anteriores do presidente.
De acordo com o jornal, a procuradora-geral Pam Bondi e o vice-procurador encontraram-se com Trump na Casa Branca para comunicar a ele que seu nome constava nos arquivos junto a outras figuras públicas.
Quem foi Jeffrey Epstein?
Jeffrey Epstein era um bilionário norte-americano com ligações em altos círculos políticos, financeiros e artísticos. Ele foi acusado de explorar sexualmente centenas de meninas menores entre as décadas de 1990 e 2000. Epstein utilizava dinheiro para coagir as vítimas e instruía que recrutassem outras jovens para os abusos. Preso pela primeira vez em 2008, ele se declarou culpado em um acordo controverso que resultou em pena branda. Em 2019, novas investigações federais levaram à sua prisão, mas Epstein foi encontrado morto em sua cela, numa morte registrada oficialmente como suicídio, embora continue gerando especulações.
O que são os documentos de Epstein?
Os chamados documentos de Epstein referem-se a registros que contêm informações sobre pessoas influentes supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual operado por Epstein. Não há confirmação oficial de uma lista formal de clientes pelo Departamento de Justiça dos EUA, mas existem arquivos com registros de voos, agendas, provas apreendidas e nomes mencionados em depoimentos ou investigações, alguns ligados socialmente a Epstein.
Qual a relação entre Donald Trump e Jeffrey Epstein?
Trump e Epstein foram amigos próximos durante os anos 1990 e início dos anos 2000. Frequentaram festas juntos e aparecem em fotos de eventos sociais. Em 2002, Trump chegou a elogiar publicamente Epstein, dizendo que ele “gostava de mulheres jovens”. Contudo, após as denúncias contra Epstein ganharem força, Trump afirmou ter terminado a amizade antes da prisão de 2006. Em todas as investigações, ele nunca foi formalmente acusado ou investigado por envolvimento nos crimes.
Por que o caso reapareceu agora?
Trump prometeu divulgar todos os documentos sigilosos relacionados a Epstein caso retornasse ao poder. Em 2025, alguns arquivos foram liberados, mas sem conter uma “lista de clientes”. A expectativa era de que mais informações surgissem. Em junho, durante uma polêmica envolvendo Trump e o bilionário Elon Musk, este último afirmou que o nome de Trump aparecia nos arquivos divulgados.
O que mostram os documentos?
- Registros de voo: mostram Trump em voos com Epstein e outras figuras conhecidas.
- Provas apreendidas: incluem câmeras, computadores, fotos e documentos relacionados a mulheres.
- Depoimentos: nomes como o ex-presidente Bill Clinton e o príncipe Andrew são mencionados, ambos negando envolvimento.
O Departamento de Justiça destaca que não há evidências de uma lista formal de clientes.
A reação de Donald Trump
Nas últimas semanas, Trump mudou seu discurso. Inicialmente, chamou a ausência da lista de “estranha”, depois classificou a “lista de Epstein” como uma farsa, acusando a oposição política de alimentar teorias conspiratórias. Também afirmou que respeitaria a decisão do Departamento de Justiça de manter documentos confidenciais, posição que descontentou aliados que exigem total transparência sobre o caso.