O Ibovespa bateu recordes hoje, chegando a ultrapassar 158 mil pontos em poucas horas. Esse movimento acontece enquanto o mercado reage a números de inflação menores que o esperado e à possibilidade de queda nos juros no próximo ano. No exterior, a atenção está no possível fim da paralisação do governo dos Estados Unidos.
Especialistas afirmam que a alta consecutiva do Ibovespa está ligada principalmente ao índice de preços ao consumidor, o IPCA, de outubro.
O desempenho positivo decorre do otimismo dos investidores com a possível redução dos juros no Brasil, após a inflação de outubro ter desacelerado para 0,09%, o menor índice para o mês desde 1998.
Essa redução na inflação, que está próxima ao teto da meta de 4,5%, fez com que as taxas de juros começaram a cair, alimentando a expectativa de juros mais baixos para o médio e longo prazo.
Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter, destaca que o foco do mercado agora é a chance de cortes nos juros pelo Banco Central no início do próximo ano.
Segundo ele, "O índice abriu em alta principalmente após os dados de inflação que vieram abaixo das expectativas, fortalecendo a possibilidade de cortes nos juros em janeiro ou março".
Além disso, os investidores observam os resultados das empresas do terceiro trimestre de 2025, como Natura, Braskem e Localiza. Já 61% das empresas divulgaram resultados acima do esperado.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, o Senado avançou com um projeto para terminar a paralisação do governo, que já dura mais de 40 dias, a mais longa da história americana. O acordo seguirá para aprovação na Câmara, e os líderes republicanos esperam uma decisão já nesta quarta-feira.
Esta paralisação se tornou a maior desde 1981, superando o recorde anterior.
O otimismo com o fim da paralisação americana tem influenciado as bolsas no mundo todo. Ações globais subiram com a expectativa do fim desse impasse, enquanto os rendimentos dos títulos do governo aumentaram e o dólar se estabilizou.
