Nova York e Brasília – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tiveram um breve encontro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova York, na terça-feira (23/9). Após a curta conversa, o líder americano elogiou o ex-presidente brasileiro na tribuna da ONU e anunciou que vão dialogar novamente na próxima semana.
“Eu estava aqui e, ao entrar, encontrei o líder do Brasil. Eu falei com ele, nós nos abraçamos, e as pessoas dizendo: ‘Dá para acreditar nisso?’. Concordamos que vamos nos reunir na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar aqui, foram cerca de 20 segundos, mas trocamos palavras”, declarou Donald Trump.
O encontro ocorreu logo após o discurso de abertura de Lula na ONU. O Brasil é o primeiro país a discursar nas Nações Unidas desde 1955, exceto em 1983 e 1984.
Na sequência, o discurso foi feito pelo presidente norte-americano, anfitrião da Assembleia Geral da ONU.
Seguindo essa tradição, houve a oportunidade para o diálogo breve entre os dois líderes. Segundo a comitiva brasileira, Donald Trump teria acompanhado a fala de Lula e, ao final, conversou rapidamente com o presidente do Palácio do Planalto. As equipes diplomáticas acompanharam e ajudaram na tradução.
Durante esses segundos, Trump sugeriu um novo encontro, ao qual Lula mostrou interesse em abrir um canal de diálogo. A proposta é que a reunião ocorra na próxima semana, mas detalhes ainda não foram divulgados.
O encontro entre Lula e Trump acontece em meio a uma disputa tarifária entre os dois países. Em abril, o presidente dos EUA instituiu uma taxa padrão de 10% para produtos da América Latina. Em julho, elevou para 50% essa taxa, especificamente para itens brasileiros, justificando como resposta a uma ‘caça às bruxas’ contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em resposta, Lula anunciou que irá implementar a Lei da Reciprocidade Econômica, que possibilita ao Brasil retaliar com medidas comerciais contra ações unilaterais adotadas por outras nações ou blocos econômicos. Essa regra tem o propósito de auxiliar o governo brasileiro a reagir a pressões externas que possam afetar políticas internas ou provocar desigualdades comerciais injustas, garantindo a proteção da economia nacional.