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sexta-feira, 07/11/2025




Empresas querem limite de R$ 650 mil para Minha Casa Minha Vida classe média

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As empresas do setor imobiliário sugeriram ao governo federal uma atualização no programa Minha Casa Minha Vida para atender melhor a classe média, que enfrenta dificuldade com os altos juros dos financiamentos. A proposta é elevar o valor máximo dos imóveis na faixa 4 do programa de R$ 500 mil para R$ 650 mil, além de aumentar a renda mensal das famílias contempladas de R$ 12 mil para R$ 15 mil.

Elas pretendem usar o fundo social do pré-sal, que tem R$ 18 bilhões destinados à habitação, para alavancar as vendas e ampliar o programa. Um representante do setor, que pediu anonimato, afirmou que essa é uma oportunidade para ajudar a classe média.

O Ministério das Cidades está estudando a proposta, mas ainda não tomou uma decisão. Segundo fontes internas, há análise técnica para que a faixa 4 se consolide antes de mudanças, mas existe preocupação com o lento desenvolvimento do programa e a possibilidade de expandi-lo, principalmente em ano eleitoral.

Para as incorporadoras, ampliar o teto de preços permitiria maior margem de lucro e permitiria oferecer imóveis maiores para a classe média.

Segundo a consultoria Brain, o preço médio do metro quadrado de imóveis na faixa de R$ 350 mil a R$ 700 mil em São Paulo é de R$ 10,1 mil. Com o teto atual de R$ 500 mil, um imóvel teria cerca de 50 m², enquanto com o aumento para R$ 650 mil, poderia chegar a 64 m².

Em bairros valorizados como Vila Mariana, apartamentos poderiam ter cerca de 37 m², e em regiões como Mooca e Butantã, entre 50 e 60 m². Outra possibilidade é que os prédios ofereçam mais áreas comuns, seguindo o conceito de condomínios-clubes.

Levando em conta a faixa 4, os preços em bairros da zona sul de São Paulo variam de R$ 8.045 a R$ 13.451 por metro quadrado, com imóveis médios de 49 m². Com o novo teto, o tamanho médio poderia aumentar para 63 m².

Juros altos

A faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, lançada em maio, oferece financiamento com taxa de juros menor, cerca de 10% ao ano, ao passo que o mercado praticava cerca de 13% ao ano, aliviando a parcela do financiamento para as famílias.

Em julho foram assinados 3,8 mil contratos e em agosto, 4,7 mil, mostrando crescimento dos negócios, mas ainda aquém do esperado. O governo planejava fechar 120 mil contratos no ano, média de 15 mil por mês.

A redução dos juros ainda não é suficiente para muitos compradores, uma casa de R$ 500 mil com entrada de 30% e financiamento em 35 anos gera parcela mensal de R$ 3,6 mil, valor alto para muitas famílias.

Além disso, as construtoras ainda não adaptaram seus lançamentos para esta faixa, focando em outros públicos, o que demora para mudar com novos projetos.

O Ministério das Cidades afirma acompanhar o programa e analisar ajustes para seu progresso, destacando a importância da faixa 4 como resposta para a demanda habitacional da classe média, e apontando para uma oferta crescente de moradias nessa faixa.

Estadão Conteúdo




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