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terça-feira, 18/11/2025




Empresários preocupados com adiamento da queda dos juros por causa da eleição

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JOANA CUNHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O período eleitoral está gerando preocupação entre empresários, que veem isso como um possível obstáculo para a redução da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano.

Em anos de eleição, há o receio de que o governo aumente os gastos para atrair eleitores em 2026, o que pode comprometer o controle das finanças públicas e dificultar a queda dos juros.

Ao mesmo tempo, cresce o temor entre empresários sobre pressões políticas sobre o Banco Central, o que poderia afetar sua credibilidade e atrasar a redução da taxa básica de juros.

Os comentários da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticando o atual nível da Selic, não surpreendem, mas as declarações mais contundentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamam atenção. Ele comentou que, se fosse membro do Copom, votaria para reduzir os juros.

Embora haja consenso sobre a insustentabilidade da taxa de 15% e a necessidade de controle fiscal, há divergências sobre quando e como a redução pode acontecer.

Para Alexandre Ostrowiecki, presidente do conselho da Multilaser, ainda não é o momento para baixar os juros. Segundo ele, a inflação continua alta, os gastos públicos aumentam e o governo pressiona o Banco Central, criando um ambiente de incerteza.

Laércio Cosentino, presidente da Totvs, concorda que não há condições para redução no curto prazo, especialmente por ser ano eleitoral. Ele ressalta a importância de controlar as despesas para baixar a inflação e permitir juros menores.

Ricardo Lacerda, fundador do banco BR Partners, acredita que o impacto eleitoral nos juros pode ser limitado, pois o aumento de gastos em ano de eleição já é esperado, mas o país não tem mais espaço para isso. Ele vê chance de queda da Selic entre 11,5% e 12,5% sem ajuste fiscal e até 9% com ajuste.

Lacerda defende que o governo trate o tema fiscal de forma séria para evitar uma recessão futura e destaca que muitas empresas sofrem com juros altos, o que pode levar a uma crise de inadimplência.

Maurilio Biagi Filho, presidente do grupo Maubisa, espera um recuo da taxa já em dezembro e acredita que a atual gestão do Banco Central está mantendo foco técnico e na meta de inflação, apesar das pressões políticas esperadas em ano eleitoral.

Sergio Zimerman, presidente da Petz, também defende a queda dos juros, questionando por que a taxa real precisa estar tão alta, se o governo ainda conseguiria captar recursos pagando menos.

Há uma crescente expectativa de cortes limitados nas taxas, seguindo critérios técnicos. André Esteves, do BTG Pactual, afirmou que a queda deve começar em janeiro e também pediu controle nos gastos públicos.

Especialistas consideram que a política fiscal atual é ainda expansionista, o que limita a redução dos juros, e o Copom não tem dado sinais claros sobre mudanças imediatas na Selic.

Segundo o relatório Focus, a mediana das projeções aponta Selic em 12,25% ao ano no final de 2026.




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