Na audiência de custódia em que o Tribunal converteu a prisão de René da Silva Nogueira Junior em preventiva, devido ao seu envolvimento no assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, o empresário relatou os seus primeiros momentos preso. O executivo contou ao juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno que passou por uma situação desconfortável enquanto se encontrava detido no Centro de Remanejamento (Ceresp) Gameleira.
Ele reclamou que foi obrigado a agachar-se três vezes ao sair da cela, um procedimento padrão nos presídios para garantir que nenhum objeto seja escondido pelos detentos. “A situação estava boa, mas houve um momento desconfortável. Sei o nome da pessoa que me mandou agachar três vezes ao sair da cela. Algumas agentes começaram a dizer: ‘Você matou o gari, por quê? Você fez isso, covarde’. Respondi que primeiro precisam entender que uma investigação está em andamento”, relatou o empresário durante a audiência.
A defesa de René alegou que ele é reincidente primário, possui bons antecedentes e residência fixa. Ainda solicitou que o processo fosse mantido sob sigilo, pedido que foi negado. O juiz destacou que existem provas sólidas para a manutenção da prisão preventiva.
No decorrer da audiência, René negou sua participação no crime e mencionou ter ido trabalhar, passear com seu cachorro e depois à academia, onde foi preso. Ele também afirmou que as testemunhas o confundiram com outra pessoa.
Detalhes do crime
O crime ocorreu na manhã de segunda-feira (11/8), enquanto a vítima trabalhava recolhendo lixo no bairro Vista Alegre. Testemunhas informaram que Laudemir e outros garis recolhiam resíduos quando René passou de carro e ordenou que um caminhão fosse removido para que pudesse passar com seu veículo elétrico. Após breve discussão com a motorista do caminhão, René saiu do carro e efetuou disparos.
Laudemir foi atingido na costela e levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos que causaram uma hemorragia interna devido ao projétil alojado em seu corpo. René fugiu em seu veículo.
A prisão ocorreu horas depois em uma academia de luxo no bairro Estoril, em ação conjunta das polícias Civil e Militar. Ele foi encaminhado ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que conduz a investigação. A audiência de custódia aconteceu na quarta-feira (13/8), quando a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.
Posição do Ministério Público
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) afirmou que René permanecerá detido até a conclusão das investigações.