O empresário Renê Nogueira Júnior, detido pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, concedeu sua primeira entrevista neste domingo (30/11) desde o ocorrido, que aconteceu em 11 de agosto em Belo Horizonte. À Record TV, ele refutou a acusação de ter efetuado o disparo e assegurou ter a “consciência tranquila”. Imagens de câmeras de segurança divulgadas no momento do crime mostram um veículo da marca BYD, pertencente a Renê da Silva Nogueira Júnior, se afastando do local; logo depois, Laudemir é visto correndo segurando o abdômen, seguido por um colega tentando socorrê-lo. Pouco tempo depois, ele se apoia na calçada.
Durante a entrevista com o jornalista Roberto Cabrini, Renê admitiu que ocorreu um “incidente”, mas negou o uso da arma, que era registrada em nome da esposa, uma delegada, para ferir o trabalhador.
Colegas do gari afirmam que o empresário teria reclamado da passagem do caminhão de lixo e disparado após uma discussão com a equipe de coleta.
No bate-papo, Renê respondeu às críticas por ter mantido suas atividades cotidianas depois do crime, como passear com os cães e frequentar a academia onde acabou sendo detido. Ele também expressou tristeza pela ausência de visitas da esposa, a delegada Ana Paula Balbino. “Eu diria que a amo, independentemente do que ela decidir, estar comigo ou não, meu sentimento não vai mudar. Se ela aceitar meu erro, poderemos reconstruir nossa família. Estou triste. Nem sei se ainda estou casado, pois, de certa forma, destruí minha carreira, a dela e uma vida, que é o mais importante”, afirmou Renê.
Perguntado sobre um possível pedido de desculpas à família do gari, o empresário recusou, dizendo: “Não posso pedir desculpas porque não atirei, então isso seria admitir uma culpa que não tenho”.
Ele também contestou a motivação apresentada pelo Ministério Público, negando qualquer preconceito contra a vítima ou comportamento arrogante. Conforme Renê, as evidências apresentadas no processo esclarecerão as acusações.
Detalhes do caso
Renê da Silva Nogueira Junior, 47 anos, está acusado de ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, após uma discussão no trânsito enquanto a vítima trabalhava. O empresário foi preso poucas horas após o incidente em uma academia.
Laudemir foi socorrido e levado a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. A causa da morte foi hemorragia interna causada pelo projétil alojado em seu corpo.
Segundo o boletim de ocorrência, Renê chegou a manusear a arma em frente à equipe de coleta.

