O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior foi preso acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte. Em entrevista recente, ele disse que estava armado, mas negou ter sido o autor do tiro que matou o gari, chamando o ocorrido de um “incidente”.
O advogado que representa a acusação, Tiago Lenoir, afirma que as provas contra o empresário são claras e que a versão dele não se sustenta diante dos fatos.
Renê foi orientado por seus advogados antes de dar a entrevista e admitiu a possibilidade do “incidente” durante o dia do crime, que ocorreu em 11 de agosto após uma discussão no trânsito envolvendo ele e coletores de lixo.
Ele disse que não conhecia bem o local e explicou que inicialmente preferiu não comentar sobre estar armado. Ainda negou ter fascínio por armas, mencionando que só havia usado uma arma em local legal e autorizado.
O empresário também negou ter ameaçado os garis antes dos tiros e disse que apenas avisou que seu carro não passaria pelo lado do caminhão de lixo. Ele afirmou que não estava irritado no momento, destacando que um acidente de trânsito não justifica a morte de uma pessoa.
Acusações e o processo
Renê é casado com a delegada Ana Paula Balbino, que combate violência doméstica. Ele negou ter pedido tratamento especial após o crime e disse ter ligado para um coronel da Polícia Militar para orientação, já que o militar não o ajudou.
O empresário confirmou que não tinha porte de arma e que decidiu se armar após ser ameaçado por um suposto criminoso. Ele também alegou que foi pressionado durante o interrogatório para confessar o crime, sob ameaça de envolvimento da esposa.
Renê está sendo acusado de homicídio com qualificadoras, porte ilegal de arma e fraude processual, podendo pegar até 30 anos de prisão. A Justiça já aceitou a denúncia, e o processo aguarda uma decisão em Belo Horizonte.
No interrogatório feito recentemente, ele não respondeu a todas as perguntas e negou ter confessado o disparo contra o gari.
O pedido de habeas corpus da defesa dele foi negado, e Renê continua preso preventivamente.
Contexto do crime
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, no dia do crime, Renê saiu de casa armado e, ao chegar em um cruzamento de ruas em Belo Horizonte, se irritou com o trânsito lento causado pela coleta de lixo.
Mesmo com os trabalhadores indicando que ele podia passar pelo local, o empresário apontou a arma para a motorista do caminhão de lixo e a ameaçou.
Durante o desentendimento, ele teria feito um disparo que acertou o gari Laudemir no abdômen. O gari foi socorrido, mas não resistiu e faleceu.

