Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário de 47 anos, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça, após matar um gari em Belo Horizonte. Para justificar o atraso ao chefe, ele enviou um áudio afirmando que estava preso em um engarrafamento, sem mencionar o disparo que efetuou contra o trabalhador.
Na gravação, Renê disse: “Ô, chefe, tudo bem? Bom dia. Vamos para cima. Me desculpa, me atrasei um pouco, chefe, que eu peguei um engarrafamento na rua da minha casa, que eu não tava acostumado. Saí cedinho, só que eu peguei o horário escolar. Acabei demorando quase 35 minutos parado”.
Ele continuou explicando o atraso: “Tô no caminho, mas eu, pô, perdi quase 40 minutos no mesmo lugar. Parado o carro, realmente, tá? Me desculpa aí, amanhã eu já saio no horário, sabendo que vai ter esse problema, eu saio antes”.
Além desse áudio, a polícia teve acesso a mensagens enviadas por Renê para sua esposa, a delegada Ana Paula Lamêgo Balbino. Em uma delas, ele tentou se justificar dizendo: “Amor, eu não fiz nada. Estava no lugar errado e na hora errada.”
Em outra mensagem, Renê instrui a esposa a entregar uma pistola 9 mm, diferente da usada no crime, uma pistola calibre .380, indicando possível tentativa de obstrução da justiça. A polícia investiga o caso e as circunstâncias da conduta da delegada no episódio.
O crime ocorreu em 11 de agosto, em Belo Horizonte, quando o gari Laudemir de Souza Fernandes foi morto durante uma discussão de trânsito enquanto trabalhava na coleta de lixo. Testemunhas informaram que Renê pediu que um caminhão fosse retirado da via para que ele pudesse passar e, depois de discutir com a motorista do caminhão, desceu do carro armado e efetuou disparos. Laudemir foi atingido na costela e faleceu no local.
Posteriormente, um vídeo revelou Renê atirando durante uma festa de Réveillon em Belo Horizonte, demonstrando seu fascínio por armas de fogo, fator que pode ser relevante para entender a motivação do crime.