Renê da Silva Nogueira Junior, empresário que foi preso suspeito de assassinar um gari a tiros em Belo Horizonte (MG), exibia em suas redes sociais um currículo acadêmico impressionante. No entanto, investigações mostraram que grande parte de suas qualificações eram falsas ou distorcidas.
O crime aconteceu após uma discussão de trânsito envolvendo o empresário e o caminhão de lixo, que não teria saído da via para passagem do carro elétrico de Renê. Após confronto verbal, ele sacou uma arma, ameaçou a motorista e disparou contra o gari Laudemir de Souza Fernandes, que foi atingido e posteriormente faleceu devido aos ferimentos.
Após o incidente, Renê foi preso em uma academia de luxo no bairro Estoril, durante operação das polícias Civil e Militar. Até o momento, sua defesa não comentou o caso.
Informações falsas no currículo
Renê Nogueira Junior alegava possuir mestrado em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), graduação em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e cursos em instituições internacionais como Harvard Business School, além da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Todas essas instituições negaram qualquer vínculo acadêmico formal do empresário.
A Universidade de São Paulo (USP) confirmou apenas um curso de especialização concluído por Renê, em Bens de Varejo e Consumo, sem registro de mestrado ou MBA.
Ações judiciais e repercussões
Em agosto de 2023, Renê moveu uma ação contra a Universidade Estácio de Sá por questões relativas à emissão de diploma e curso trancado, sem sucesso, pois o processo foi arquivado por incompetência da Justiça Estadual.
Após sua prisão, a empresa Fictor Alimentos Ltda., que o listava como diretor de negócios, comunicou o desligamento imediato do empresário e repudiou o crime, manifestando solidariedade à família da vítima.
Detalhes da prisão e acusações
O empresário foi detido no mesmo dia do crime e teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça em audiência, considerando a gravidade do ato e sua reincidência criminal. Ele responde por homicídio qualificado e ameaça.
Investigação policial revelou que a arma utilizada no crime pertence à delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa de Renê. A arma é registrada como de uso particular, não sendo destinada ao serviço policial.