19.5 C
Brasília
quinta-feira, 27/11/2025




Empresário acredita que casamento não resistiu ao crime

Brasília
céu limpo
19.5 ° C
19.5 °
17.6 °
100 %
1kmh
0 %
qui
27 °
sex
31 °
sáb
29 °
dom
30 °
seg
25 °

Em Brasília

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, falou por mais de duas horas durante audiência de instrução realizada na manhã desta quarta-feira (26/11). No depoimento, ele tentou desmentir a imagem de “réu confesso”, alegando ter sido pressionado por policiais, e afirmou que o crime abalou profundamente sua vida pessoal, a ponto de acreditar que seu casamento com a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira não sobreviveu aos acontecimentos.

Renê está preso preventivamente desde agosto, após ser detido devido ao disparo que matou Laudemir durante uma discussão de trânsito em Belo Horizonte. A arma utilizada no crime pertencia à esposa dele, uma delegada da Polícia Civil, que não estava presente no momento.

Durante a audiência, o empresário afirmou que jamais admitiu o homicídio por vontade própria, dizendo que apenas confessou o disparo sob pressão de investigadores que ameaçaram envolver sua esposa caso não colaborasse. “Eu diria o que quisessem”, declarou ao juiz, mencionando que sofreu uma intensa pressão psicológica.

Renê também criticou a exposição na mídia, reclamando de ter sido caracterizado como um “empresário da Shopee”, o que, segundo ele, distorceu a percepção pública sobre sua vida profissional e pessoal.

Fim do casamento

Outro aspecto importante apontado foi a crença de que seu casamento não resistiu ao impacto do caso. Renê mencionou o afastamento emocional desde sua prisão e como isso afetou a esposa. “A gente não resistiu a tudo isso”, comentou, referindo-se à pressão pública e institucional enfrentada pela família.

A audiência desta quarta-feira faz parte da fase de oitiva das testemunhas de defesa e do réu. As testemunhas da acusação já haviam sido ouvidas em sessões anteriores.

O empresário responde por homicídio triplamente qualificado — motivação torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e perigo comum — além de porte ilegal de arma de fogo e fraude processual. As penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

A defesa busca anular algumas provas, apontando supostas irregularidades nas investigações. Um pedido de habeas corpus previamente apresentado foi negado pela Justiça.

Resumo do caso

Laudemir de Souza Fernandes, gari de 27 anos, foi assassinado em 11 de agosto de 2025 após um desentendimento no trânsito no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte.

Laudemir trabalhava na limpeza urbana e saiu do caminhão para conversar com o motorista Renê da Silva Nogueira Júnior depois de uma discussão na via.

Alguns minutos depois, ele foi atingido por um tiro e morreu no local.




Veja Também