Grazielly da Silva Barbosa, empresária de Goiânia, enfrenta julgamento por homicídio simples após a morte da influenciadora Aline Maria Ferreira da Silva, que faleceu devido a complicações em um procedimento de aumento de glúteos realizado na clínica da qual Grazielly era proprietária. A decisão, tomada pela Terceira Câmara Julgadora do Tribunal de Justiça de Goiás, excluiu a qualificadora de homicídio por motivo torpe do processo.
O caso ocorreu em junho de 2024, quando Grazielly aplicou PMMA nos glúteos de Aline. Após o procedimento, a influenciadora apresentou febre e foi internada em um hospital de Brasília, vindo a falecer em 2 de julho.
Segundo o advogado de defesa, Welder de Assis Miranda, a retirada da qualificadora tem como objetivo a redução da pena da empresária, que agora responderá por homicídio simples, e o julgamento será realizado pelo tribunal do júri, ainda sem data prevista. A defesa alega que o crime foi culposo, sem intenção de causar a morte.
O procedimento foi feito em 23 de junho de 2024, e Aline morreu nove dias depois devido a complicações causadas pela aplicação de PMMA, substância plástica considerada de risco máximo pela Anvisa e que deve ser administrada exclusivamente por profissionais médicos treinados. Grazielly não possuía formação em biomedicina, área na qual se apresentava, e a clínica não tinha autorização sanitária para funcionamento, sendo fechada um dia após o falecimento da influenciadora.
Conforme relatório médico, a causa do óbito foi falência múltipla de órgãos devido a choque séptico originado no tecido subcutâneo dos glúteos. A denúncia aponta que o procedimento foi feito em condições inadequadas e sem os devidos cuidados técnicos necessários.
Testemunhas contaram que Aline recebeu 30 ml de PMMA em cada glúteo durante a aplicação que durou menos de 20 minutos. Após a injeção, a empresária, sem usar luvas, massageou a região e aplicou curativos. Quando a influenciadora começou a sentir dor e febre, ela entrou em contato com Grazielly, que recomendou o uso de medicamentos e evitou que a paciente buscasse atendimento médico imediato.
Quatro dias depois, Aline foi internada em um hospital Brasília, onde recebeu cuidados intensivos e uma visita da própria empresária, que aplicou um anticoagulante alegando prevenir trombose. A influenciadora faleceu cinco dias após a internação hospitalar.

