PAULO RICARDO MARTINS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A Embraer informou nesta terça-feira (5) que teve um prejuízo de R$ 53,4 milhões no segundo trimestre deste ano. No mesmo período de 2024, a empresa apresentou lucro de R$ 415,7 milhões.
Apesar disso, a receita cresceu quase 31% em comparação ao segundo semestre do ano passado, alcançando R$ 10,3 bilhões, um recorde para a Embraer neste período.
No trimestre, a empresa entregou 61 aeronaves, uma alta de 30% em relação ao ano anterior. Destas, 19 foram jatos comerciais (10 do modelo E2 e 9 do E1) e 38 jatos executivos (21 leves e 17 médios). No segmento de defesa, foram entregues quatro aviões A-29 Super Tucano.
A carteira de pedidos totalizou US$ 29,7 bilhões, outro recorde para a companhia.
A Embraer manteve suas projeções para 2025: estima entregar entre 77 a 85 jatos comerciais e de 145 a 155 jatinhos executivos.
A previsão de receita para o ano é de US$ 7 a 7,5 bilhões, com margem EBIT ajustada entre 7,5% e 8,3%, e fluxo de caixa livre ajustado acima de US$ 200 milhões.
A empresa afirma que os resultados do segundo trimestre foram pouco afetados pelas tarifas dos Estados Unidos, porém espera um custo de US$ 65 milhões em tarifas na exportação de componentes para os EUA este ano, dos quais 20% já foram contabilizados.
Embora tenha sido incluída na lista de exceções das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, a Embraer ainda sofre a sobretaxa de 10% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente americano em abril. Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, afirma que a empresa negocia para reduzir essa tarifa a zero novamente.
As negociações ocorrem diretamente com o governo americano e também via governo brasileiro.
“Com base em acordos recentes observados em outros países que restauraram a alíquota zero para aviação, temos expectativas positivas de que o mesmo acontecerá conosco, permitindo a continuidade dos planos anteriores”, afirmou Gomes Neto.
Questionado sobre o impacto da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, Gomes Neto preferiu não comentar, ressaltando que a empresa foca no campo econômico e tem uma estratégia sólida.
Durante entrevista, Gomes Neto também revelou a expectativa de que a Eve, empresa controlada pela Embraer, realize o voo inaugural do seu eVtol – veículo elétrico de decolagem e pouso vertical, conhecido como carro voador – em dezembro deste ano.