Encontro ocorreu um dia antes de as Forças Armadas publicarem nota com críticas ao senador Omar Aziz, presidente da CPI da covid-19
Um dia antes de assinar uma nota com fortes críticas contra o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar (CPI) da Covid, os comandantes das Forças Armadas participaram de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro. Sem alarde, o encontro foi realizado na terça-feira (6/7) e foi palco definitivo para definir o alinhamento político dos militares com o governo.
A pauta da reunião estava definida como um balanço dos 30 meses de governo. Mas foi bem além e tratou de protestos pelo país que miraram o presidente Jair Bolsonaro no fim de semana e os riscos de o número de manifestantes nas ruas aumentar e pressionar o Congresso. A tendência é que, a partir de agora, as Forças Armadas não se furtem de se manifestar politicamente em prol do Executivo e de seus interesses.
Além de ministros como Braga Netto, da Defesa; André Mendonça, advogado-geral da União; e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; estavam presentes o comandante do Exército, general Paulo Sérgio; da Marinha, Almir Santos; e da Força Aérea, Carlos Baptista Júnior; e integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Imagens reproduzidas na reunião criticaram os protestos e ressaltaram a presença de símbolos comunistas nos atos. O texto descrito pelo narrador fazia referência a uma suposta tentativa de instalar o comunismo no país, remetendo a alegações usadas para instaurar o golpe militar de 1964.
Um dos vídeos é de um militante bolsonarista que se infiltrou nas manifestações que ocorreram na Avenida Paulista. Se dizendo ex-militante da União da Juventude Socialista (UJS), o homem filmou os protestos, bandeiras de partidos e acusou os participantes de vestirem verde e amarelo e portarem a Bandeira do Brasil para descaracterizar símbolos usados em atos pró-Bolsonaro.
Imagens reproduzidas na reunião criticaram os protestos e ressaltaram a presença de símbolos comunistas nos atos. O texto descrito pelo narrador fazia referência a uma suposta tentativa de instalar o comunismo no país, remetendo a alegações usadas para instaurar o golpe militar de 1964.
Um dos vídeos é de um militante bolsonarista que se infiltrou nas manifestações que ocorreram na Avenida Paulista. Se dizendo ex-militante da União da Juventude Socialista (UJS), o homem filmou os protestos, bandeiras de partidos e acusou os participantes de vestirem verde e amarelo e portarem a Bandeira do Brasil para descaracterizar símbolos usados em atos pró-Bolsonaro.
Um infiltrado mostra a manifestação da esquerda! E não é um leigo no assunto! É um ex-cara pintada, que manifestou na esquerda e militou no PCdoB, até o dia que acordou e percebeu o monte de coisas erradas! É a leitura de alguém que estava do lado de lá, até alguns anos atrás!
1 pic.twitter.com/RMgjjRpueH— Lelia Adad (@AdadLelia) July 6, 2021
Em uma das fotos publicadas pelo Planalto no Flicker, aplicativo de fotos, é possível ver trechos do vídeo sendo reproduzidos no telão, enquanto os ministros olham fixamente para a imagem, e parecem preocupados com o que estão vendo. De acordo com fontes no governo, a reunião ministerial foi precedida de encontros menores e conversas particulares com o presidente.