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domingo, 24/11/2024
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Em Davos, Guedes fala do cenário global: ‘Águas turbulentas pela frente’

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Guedes participou de um evento sobre América Latina, para discutir empreendedorismo e práticas de governança, sociais e ambientais (ESG)

Guedes sobre cenário macroeconômico: “Águas turbulentas pela frente.” (Flickr/EDU ANDRADE/Ascom/ME)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar da possibilidade de uma moeda comum entre Brasil e Argentina, o “peso-real”, um tema que já havia aventado em 2019. “Eu acho que vamos ver, provavelmente, o peso-real”, disse em evento no Fórum Econômico Mundial ao defender maior integração na América Latina e falando de um cenário para 15 anos.

Guedes falou da pandemia e da disrupção das cadeias de produção, que provocou inflação nos mais diferentes países. Depois veio a guerra da Ucrânia, que exacerbou estes movimentos e está levando os bancos centrais a acelerar as altas de juros. “A inflação global está subindo, os preços de alimentos e petróleo estão subindo”, disse ele. “Águas turbulentas pela frente.”

Nesse ambiente, o Brasil e a América Latina são essenciais para prover segurança alimentar e energética para a Europa, disse Guedes.

Em viagem recente aos Estados Unidos, o ministro contou que ouviu da secretária de Tesouro, Janet Yellen, que o cenário de investimento no mundo mudou, em meio a uma alta dos riscos geopolíticos. Nesse ambiente, para receber investimentos e para o comércio, os países precisam estar próximos, o conceito de “naershoring”, e além disso, serem alinhados, o “friendly-shoring”. “Este é o novo ambiente”, disse Guedes.

Guedes participou de um evento sobre América Latina, para discutir empreendedorismo e práticas de governança, sociais e ambientais na região, que formam a sigla ESG. No mesmo evento, o fundador e CEO do Nubank, David Velez, contou a história do banco e falou do número ainda alto de pessoas sem acesso a bancos na região.

Reajuste para servidores

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comentou na manhã desta quarta-feira que há espaço limitado para dar reajuste de salário ao funcionalismo público federal, mas não há como repor perdas passadas por causa da inflação.

“A inflação acumulada neste ano é de 5% até agora. É possível repor o funcionalismo deste ano? Sim, é possível, até 5% dá”, disse a jornalistas após um café no Fórum Econômico Mundial em que debateu o comércio da América Latina com a Ásia e o Pacífico.

“Você pode até dar alguma coisa, mas esquece o que ficou para trás”, disse Guedes, argumentando que na Alemanha, nos Estados Unidos, perdas salariais aconteceram, assim como em outras categorias no Brasil. “Todo mundo perdeu no mundo inteiro.”

“É por lei, em ano eleitoral você só pode dar até a inflação e linear. O presidente gostaria de dar aumento aos policiais, mas não pode, é visto como aliciamento”, afirmou o ministro. Jair Bolsonaro já chegou a defender aumento de 20% para os policiais e segue defendendo reajuste maior para a categoria.

O argumento de Guedes é que aumentos muito altos vão piorar a situação fiscal do Brasil, fazendo as contas voltarem à situação de antes. “Pela primeira vez em 15 anos zeramos o déficit em todos os níveis da federação. Estamos numa situação ímpar.” No primeiro trimestre, o governo teve superávit primário e, em Davos, o ministro tem passado a mensagem que a consolidação fiscal continua no Brasil.

 

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