Sem apoio dos evangélicos e do aliado PSD, a base do prefeito Fernando Haddad (PT) tenta hojebarrar em definitivo a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes. A intenção da iniciativa é apurar os contratos da Prefeitura com as empresas de ônibus e vans de São Paulo.
Ontem, uma manobra dos go-vernistas conseguiu adiar a votação, sob protestos de integrantes doMovimento Passe Livre (MPL). A nova votação será posta na pauta de hoje, a partir das 15 horas.
Haddad viu sua ampla maioria do Legislativo, formada por 42 de 55 vereadores, entrar em crise após o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto (PT), dizer que a CPI só serviria para “achacar” o setor. À tarde, por volta das 14h, o vereador Arselino Tatto (PT) leu um pedido de desculpas do irmão, não aceito pelo PSD – dono de oito cadeiras.
“Pela nossa dignidade, espero que amanhã possamos dar uma resposta à sociedade e aprovar a criação da CPI”, afirmou Police Neto (PSD).
Religiosos. Os vereadores da Frente Parlamentar Cristã, com 17 parlamentares, também se rebelaram após o prefeito vetar ontem a brecha, aprovada pela Câmara Municipal no início deste mês, que reduzia regras e a exigência de documentação para a construção de novos templos religiosos.
“Tem de ter palavra. Eu tenho palavra com o governo e com a população”, disse Jean Madeira, pastor da Igreja Universal, visivelmente exaltado com os governistas. “Até amanhã (hoje) acho que podemos ter um entendimento (com os evangélicos)”, disse o líder do PT, Alfredinho.
Como os outros governistas que tentam barrar a CPI, o líder do partido de Haddad quer que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) sejarea-lizadahojee, dessaforma, antecipar o início do recesso parlamentar. “O recesso estáprevis-to na Lei Orgânica do Município”, disse o petista.
Ricardo Young (PPS), autor do pedido da CPI, afirmou que, ao tentar barrá-la, a base governista corre o risco de transformar a Câmara em alvo de protestos. “Acho que abasevai dar um “tiro nopé”do Haddad. “A partir das 14h de hoje, integrantes do MPL prometem protestar na Câmara em defesa da CPI. “É bom os vereadores saberem que protesto não tem recesso”, disse Mayara Vivian, do MPL.