Pressionado por deputados, Ministério da Saúde triplicou verba carimba para cidades entre março e junho, chegando a R$ 17,5 bilhões
Pressionado por deputados federais, que, em ano eleitoral, querem irrigar suas bases com recursos, o Ministério da Saúde manobrou o orçamento para acelerar as transferências de recursos de combate à covid-19 aos municípios. Na liberação de verbas para os estados, porém, o governo federal não mostrou a mesma agilidade.
Em um primeiro movimento, a pasta triplicou o recurso empenhado (reservado para pagamento posterior) para prefeituras, que saiu de R$ 5,8 bilhões no início de julho para R$ 17,5 bilhões, até o último dia 21. Ou seja, o ministério carimbou três vezes mais verba somente neste mês para os municípios do que fez desde março, quando a pandemia começou.
O mesmo não ocorreu com as transferências a estados, que, no mesmo período, tiveram um salto tímido: de R$ 4,1 bilhões para R$ 4,9 bilhões.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, afirma que existe um “erro de concepção” ao se destinar mais verbas para os municípios.