Dentre as vítimas, 99 continuam desaparecidas até hoje. Nesta terça-feira, pelo menos 18 pessoas morreram devido a tempestade em Petrópolis
Cada chuva na Região Serrana do Rio de Janeiro traz à tona o trauma da tragédia de 2011, quando deslizamentos e enchentes deixaram 918 mortos em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Foi a maior catástrofe climática do Brasil. De acordo com os dados do Ministério Público, ao menos 99 vítimas seguem desaparecidas até hoje. Nesta terça-feira, dia 15, um temporal que caiu sobre Petrópolis provocou deslizamentos, inundação de ruas e deixou pelo menos 18 mortos.
Na noite de 11 de janeiro daquele ano, em apenas três horas, o volume de água ultrapassou a expectativa para todo o mês na região. Riachos viraram ondas avassaladoras, e deslizamentos atingiram áreas urbanas e rurais como avalanches. As casas que não desabaram foram interditadas, mas muitas famílias voltaram a ocupá-las.
A chuva torrencial assolou principalmente Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, mas também levou destruição a Bom Jardim, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto e Areal. Apenas a estação meteorológica do Centro de Teresópolis registrou 124,6mm de chuva num único dia, volume que era quase a metade da média histórica para aquele mês em toda a região.
Em janeiro de 2021, dez anos após a tragédia, ainda havia pelo menos 86 mil pessoas vivendo em áreas de risco. Nos três municípios mais devastados, ainda existiam imóveis interditados desde aquela época, desabrigados recebendo aluguel social e à espera de casas prometidas e obras que nunca foram concluídas.
Nos dez anos da tragédia, o governador Cláudio Castro decretou luto oficial e transferiu a sede do governo do estado para a Região Serrana. O governo do estado, em janeiro do ano passado, prometeu investir mais de R$ 500 milhões em contenções de encostas, limpeza de rios e obras de infraestrutura em Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Areal.