Portugal está em um período de luto nacional de três dias a partir de quinta-feira (4/9), após o descarrilamento do funicular do tradicional Elevador da Glória, em Lisboa. O incidente causou a morte de pelo menos 17 pessoas e deixou 21 feridos no bairro turístico da capital portuguesa.
O Ministério Público e a Polícia Judiciária de Lisboa iniciaram investigações para identificar as causas do acidente que ocorreu quando um dos cabos de tração do bondinho teria se soltado ao fazer uma curva, provocando o descarrilamento e a colisão do veículo contra um prédio.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o funicular fora dos trilhos e colidindo contra um muro, envolto em fumaça. Todas as vítimas foram resgatadas dos destroços. O acidente aconteceu por volta das 18h no horário local.
O operador do bondinho está entre os mortos. Existem vítimas estrangeiras, embora suas nacionalidades não tenham sido divulgadas, incluindo ao menos uma cidadã francesa entre os feridos.
Os feridos foram encaminhados para hospitais diferentes de Lisboa, onde a ministra da Saúde visitou-os à noite. Apesar da liberação do trânsito, a área próxima ao local do acidente permanece isolada.
O elevador, inaugurado em 1885, é um dos símbolos de Lisboa e recebe mais de 21 milhões de visitantes anualmente. Com capacidade para cerca de 40 passageiros, o bondinho é muito usado tanto por turistas quanto por residentes locais.
Carlos Moedas, prefeito de Lisboa, expressou pesar por uma tragédia inédita na cidade. Moradores, visitantes e curiosos acompanharam o trabalho das equipes de resgate em clima de tristeza. Dezenas de bombeiros, policiais e equipes médicas atuaram durante toda a noite para socorrer as vítimas nesta área íngreme da cidade.
Um turista espanhol, Antonio Javier, que optou por não usar o elevador devido ao grande número de pessoas na fila, relatou sentir-se aliviado.
Conforme o site dos Monumentos Nacionais, o funicular, projetado pelo engenheiro franco-português Raoul Mesnier du Ponsard, foi eletrificado em 1915.
Uma testemunha afirmou que o bondinho descia em alta velocidade pela encosta antes do choque contra o edifício, descrevendo a colisão como violenta e ressaltando que o veículo não tinha freios.
A empresa Carris, que opera o sistema de transportes local, assegurou que todos os protocolos de manutenção foram rigorosamente cumpridos, incluindo a manutenção geral concluída em 2022 e a manutenção intermediária realizada em 2024. O presidente do Conselho de Administração, Pedro Bogas, informou que a manutenção dos veículos foi terceirizada durante 14 anos, mas os planos mensais, semanais e diários foram seguidos fielmente e que uma investigação conjunta com as autoridades foi aberta para apurar as causas do acidente.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou condolências às famílias das vítimas na rede social X, expressando tristeza pelo ocorrido em português.