A União Democrata Cristã (CDU), partido conservador liderado pelo chanceler federal Friedrich Merz, foi a agremiação mais votada nas eleições municipais da Renânia do Norte-Vestfália, região oeste da Alemanha. No domingo (14/9), cerca de 13,7 milhões de eleitores participaram da votação no estado mais populoso do país.
Segundo os dados finais, a CDU alcançou 33,3% dos votos, representando uma queda de 1 ponto percentual em relação às eleições municipais de 2020. O Partido Social-Democrata (SPD) ficou em segundo lugar com 22,1%, uma redução de 2,2 pontos percentuais.
Para ambos os partidos, esses resultados constituem o pior desempenho eleitoral em eleições municipais desde a criação do estado da Renânia do Norte-Vestfália, em 1946. Ainda assim, seus números foram superiores ao registrado em pesquisas em nível nacional.
O Partido Verde apresentou uma perda significativa, com 13,5% dos votos, caída de 6,5 pontos percentuais, embora tenha tido boa performance em importantes cidades como Colônia e Düsseldorf, onde candidatos verdes disputarão o segundo turno para prefeitura.
A Alternativa para a Alemanha (AfD), considerada parcialmente de extrema direita pelas autoridades de vigilância constitucional, foi o partido que mais cresceu, chegando a 14,5%, um aumento de 9,4 pontos percentuais, quase triplicando seu resultado de 2020.
Já o partido liberal FDP obteve 3,7%, inferior em 1,9 ponto percentual, e o partido de esquerda Die Linke teve um ligeiro crescimento, alcançando 5,6%.
Estavam em jogo cerca de 20 mil cadeiras legislativas municipais e prefeituras de quase 400 cidades e distritos, incluindo metrópoles como Colônia e Düsseldorf. A participação eleitoral subiu para 56,8%, maior índice desde 1994, quando eleições federais foram realizadas simultaneamente.
Embora as eleições locais não alterem diretamente o governo federal em Berlim, elas foram interpretadas como o primeiro teste para a coalizão entre conservadores e social-democratas do chanceler Friedrich Merz, que é natural da região.
O secretário-geral da CDU, Carsten Linnemann, comemorou os resultados e ressaltou que o partido segue com mais do que o dobro dos votos da AfD, mas destacou a necessidade do governo agir para resolver as preocupações da população, principalmente em questões de segurança pública.
O governador da Renânia do Norte-Vestfália e presidente regional da CDU, Hendrik Wüst, também celebrou a vitória, mas advertiu que o crescimento da AfD exige reflexão e não permite acomodação.
Já a copresidente do SPD, Bärbel Bas, expressou insatisfação com a queda do partido, embora tenha minimizado o impacto, e ressaltou a necessidade de buscar caminhos para superar a crise política.
Em cidades do Vale do Ruhr, tradicional reduto social-democrata, a AfD conseguiu levar candidatos a prefeito para o segundo turno, uma novidade política significativa. Em Gelsenkirchen, por exemplo, o candidato da AfD, Norbert Emmerich, obteve 29,8% e disputa o segundo turno com a candidata do SPD, Andrea Henze. Em Hagen, a disputa será entre a AfD e a CDU.
Lideranças nacionais da CDU e do SPD já indicaram que farão alianças para apoiar candidatos do partido adversário quando o concorrente for a AfD, visando impedir a vitória da extrema direita no segundo turno marcado para 28 de setembro.